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2021 registra 2º pior outubro da série histórica de desmatamento

Estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas lideram os índices de destruição, que só foi pior em 2020

desmatamento brasil
Foto: Victor Moryiama | Amazônia em Chamas

Dados do sistema DETER-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira, 5 de novembro de 2021, apontam para uma área desmatada na Amazônia de 796km². Mesmo sem incluir os dados dos últimos dois dias do mês, esta é a segunda maior área de alertas de desmatamento para o mês de outubro da série histórica, iniciada em 2016, com apenas 40km² (4,7%) a menos que o recorde de 2020.

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Ao mesmo tempo em que o Brasil tenta limpar sua imagem durante a COP de Clima, assinando declarações e assumindo compromissos, essa notícia chega para evidenciar como a Amazônia segue sob constante ameaça do governo Bolsonaro.

COP26

“Enquanto o mundo se reúne na COP 26 para definir cortes das emissões de gases do efeito estufa, o Brasil, que já foi líder nessas reuniões, não apresentou nada além de planos vazios que carecem de ambição e detalhamento”, pontua Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace.

“Assinar ou endossar os diferentes planos e acordos não muda a realidade do chão da floresta, o desmatamento e queimadas continuam fora de controle e a violência contra os povos indígenas e população tradicional só aumenta.”

Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace
mapbiomas
Foto: Greenpeace

Os alertas de desmatamento em outubro se concentraram nos estados do Pará 474km² (59,5% do total), Mato Grosso 102km² (13% do total) e Amazonas 90km² (11% do total).

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Estimativas do Observatório do Clima apontam que a maior parte (46%) dos gases estufa emitidos pelo Brasil são provenientes do desmatamento.

Emissões brasileiras em alta

Os dados de 2020 mostram que o Brasil continua, desde 2010, a ampliar suas emissões. No ano passado, em plena pandemia, o aumento das emissões de gases de efeito estufa no Brasil foi de 9,5%; no restante do mundo, houve redução de cerca de 7%.

“Esse total descontrole ambiental fez com que o Brasil fosse um dos poucos países a aumentar suas emissões em 2020, impulsionado justamente pela destruição da Amazônia, promovida pela política antiambiental do atual governo.”

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Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace
amazônia julho
Julho de 2021 | Área recém desmatada e queimada em Porto Velho, Rondônia. Foto: Foto: Christian Braga | Greenpeace

Projetos de lei podem aumentar desmatamento e emissões

No Brasil, uma série de propostas legislativas podem agravar as emissões. Há alterações propostas na lei, caminhando rapidamente no Congresso para acabar com o licenciamento ambiental (PL 3729/2004), abrir terras indígenas para exploração (PL 191/2020) e inviabilizar a demarcação ainda pendente em muitos territórios (PL 490/2007), bem como a legalização da grilagem em terras públicas (2633/2020).

Todas essas propostas vão na contra mão das promessas empenhadas na COP pelo governo brasileiro.