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Represa Billings vai inaugurar usina solar flutuante em 2023

Iniciativa prevê 9 mil placas com potencial de abastecer 1500 residências

Billings solar
Represa deve receber até cinco conjuntos de usinas fotovoltaicas flutuantes. | Foto: Divulgação

A represa Billings, o maior reservatório da Região Metropolitana de São Paulo, sofre pelo despejo de resíduos de todo tipo. Ainda assim, é essencial para garantir o abastecimento de água para milhões de moradores das cidades em seu entorno. Fonte de água, a Billings agora será usada para a captação de energia solar.

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O projeto de usinas de geração fotovoltaica flutuante é da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), que, em parceria com companhias privadas, já realizou testes com uma usina piloto montada em 2020. A instalação definitiva está em fase de pré-implantação, sendo previsto cinco plantas com 9 mil placas, instaladas a uma distância entre 80cm e 1,2 m do nível da água.

A usina solar flutuante da Billings tem potencial de gerar 1 Megawatt, o que corresponde ao abastecimento de cerca de 1500 residências. O investimento é de R$ 25 milhões e a previsão é de ficar pronta até o fim de 2023.

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“Essa geração de energia limpa pela matriz solar, além de diversificar o potencial energético de forma eficiente, corresponde à redução em CO2 equivalente emitido por 15,1 mil veículos/ano”, afirma a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende. “Ao investir dessa forma em parcerias com a iniciativa privada, estamos mostrando que o desafio do desenvolvimento sustentável está sendo enfrentado com medidas estruturantes em um ambiente de diálogo e segurança regulatória”, acrescenta.

O potencial desta tecnologia também é gigantesco. Pesquisadores calcularam que as barragens hidroelétricas da África poderiam dobrar a sua capacidade de gerar energia caso painéis solares flutuantes fossem colocados em apenas 1% dos reservatórios.

Vantagens

A usina flutuante é uma alternativa viável, segura e certificada, inclusive internacionalmente, para locais com alta densidade demográfica, como São Paulo. Pode, inclusive, ser utilizada sobre áreas onde antes funcionavam aterros sanitários, em lagos de barragens de hidrelétricas – há projetos em todo o país já em andamento nessa linha – ou em lagos formados em cavas de mineração já exauridas.

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Dado o alto grau de ocupação do solo, a geração de energia limpa precisa competir com áreas em expansão ou já consolidadas, inclusive industriais, e locais como a Billings abrem uma enorme perspectiva econômica para os estados. “Hoje, a Emae está 100% engajada na produção de energia renovável“, avisa o presidente da empresa, Marcio Rea.

Um estudo realizado nos Estados Unidos também já apontou que o custo adicional para construir as estruturas em cima dos canais não só é compensado financeiramente como indica maior retorno sobre o investimento. Entre os benefícios está o de evitar perda de água por evaporação e os custos associados ao uso do solo. Além disso, a análise também aponta vantagens pouco imaginadas, como o fato da sombra dos painéis solares ajudar a controlar o crescimento de ervas daninhas aquáticas.

Teste

O equipamento de teste, com 300 painéis fotovoltaicos instalados sobre flutuantes, ocupou uma superfície de mil metros quadrados. A estimativa era a de uma geração diária de 351,6 kWh/dia, mas a estrutura superou a previsão em 7%. Foram, ao todo, 379,71 kWh/dia ou uma produção média mensal de 11.391 kWh/mês, o que seria suficiente para abastecer 75 residências no mesmo período. O investimento no projeto piloto foi de R$450 mil.