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Com energia solar por assinatura, padaria em Santos reduz custos

Sistema dispensa a instalação de sistema fotovoltaico e gera economia com menos investimentos.

energia assinatura
Foto: Túlio Vidal | ASN

O serviço que permite usar energia solar mesmo sem ter painéis instalados em casa é um conceito relativamente novo, mas já com bons exemplos no Brasil. Dono de duas padarias em Santos (SP), Fredy Rodrigues quase desistiu de apostar em energia renovável. Hoje, com assinatura de energia solar, chega a economizar até 15% na conta de luz.

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Demorou dois anos para que o empresário se convencesse de que realmente era uma escolha viável para o seu negócio. Como depende da locação para as suas atividades, Rodrigues pensou que não conseguiria ter acesso a outro tipo de energia. Os custos iniciais para implementar o sistema solar também o desencorajaram num primeiro momento. Foi por acaso, ao ouvir em um programa de rádio sobre uma empresa proprietária de fazendas solares que geram energia para a rede de quase 30 municípios da região, que o empreendedor decidiu dar uma nova chance e conhecer mais sobre o processo de geração distribuída.

Rodrigues procurou a empresa e fechou a parceria. “Sobre a instalação não há segredos. Aliás, não há instalação. A empresa apenas comunicou a CPFL Energia, que atende a cidade de Santos, que a Panificadora Santa Cecília passaria a utilizar a usina de energia da empresa contratada”, relata. E complementa: “então, na minha rede, não fizemos nada de mudanças”. A economia, segundo o empreendedor, varia de 10 a 15%.

O empresário não está sozinho nessa. A quantidade de padarias que adotaram energia solar por assinatura na cidade de Santos (SP) cresceu cerca de 60% no primeiro trimestre deste ano. Das oito panificadoras que possuem o serviço no município, seis delas fizeram a adesão entre janeiro e março de 2022 e já conseguem obter uma redução da ordem de 10% na conta de luz.

Os dados são da Sun Mobi, empresa responsável por fornecer o serviço de assinatura de energia solar na Baixada Santista. As usinas fotovoltaicas da companhia estão localizadas nas cidades de Porto Feliz (SP) e Araçoiaba da Serra (SP) e estão conectadas no sistema de distribuição da CPFL Piratininga.

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Para a coordenadora do Núcleo de Energia na Unidade de Competitividade Nacional do Sebrae, Juliana Ferreira Borges, essa diversificação de oferta é imprescindível, principalmente para a pequena empresa. “Novos modelos de negócios surgem para que o mercado seja cada vez mais democrático”, afirma.

Setor em crescimento

O mercado de geração distribuída no país aumentou exponencialmente nos últimos anos. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) sobre energia solar compartilhada mostram que, no acumulado desde 2015, o Brasil chegou à marca de 1.610 usinas solares que fornecem assinatura, com 5.635 consumidores (residenciais e empresariais) que assinam energia solar. Os números apontam ainda que mais 1,7 mil empregos foram gerados no setor.

energia solar residencial
Foto: Win

Outro estudo, divulgado pela Greener, consultoria especializada em estudos sobre o mercado de energia solar, afirma que esse modelo de negócio deverá crescer no Brasil, exigindo a construção de ao menos 3,9GW de usinas solares até 2024. O principal interesse na energia solar por assinatura está no setor de varejo e serviços.

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Ainda segundo a Greener, o montante de equipamentos demandado pelo setor solar no primeiro semestre deste ano deve viabilizar investimentos superiores a R$ 35 bilhões para atender a geração distribuída e grandes usinas solares – volume superior aos R$ 21 bilhões movimentados no mesmo intervalo do ano passado. As informações foram divulgadas durante o The Smarter E South America, evento realizado no Expo Center Norte, em São Paulo.

Energia solar por assinatura

As plataformas de streaming, tão populares na atualidade, pareciam ficção há 20, 30 anos. Hoje, basta estar conectado à internet para ter acesso a inúmeras possibilidades de vídeo, música e até mesmo games. Nesse contexto, os serviços por assinatura não demoraram a aparecer e tomar conta de um mercado crescente. O que muita gente desconhece é que não só o entretenimento passou por essa revolução, mas também a energia elétrica pode ser adquirida por meio de um plano de assinatura mensal.

energia solar Bahia
Foto: PxHere

O processo é simples: estabelecimentos que estejam ligados a uma rede elétrica onde uma usina solar também esteja conectada podem utilizar os serviços da usina ao invés da distribuidora de energia da região, graças à rede de distribuição de energia. Essas usinas se conectam à rede elétrica de uma concessionária local, oferecendo o serviço de assinatura.

Acessível – pois não exige a necessidade de investimento próprio em um sistema de geração fotovoltaica (com a instalação e manutenção de placas solares no telhado ou em um pequeno terreno, por exemplo) – a opção é atrativa para pequenos comércios, serviços e indústrias, que, muitas vezes, operam em imóveis alugados ou residências. No fim das contas, o objetivo é reduzir as despesas com tarifas da conta de luz.