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Projeto transforma bitucas de praias em filamentos compostáveis

Na capital da Estônia, o material está sendo coletado e reciclado para impressão 3D.

Foto: Município de Tallinn

Um relatório da ONG Cigarette Butt Pollution, de 2018, revelou que ao longo de 32 anos a bituca de cigarro foi o item mais coletado nas praias em todo o mundo. Trata-se de um grande problema, afinal cada bituca possui diversos produtos químicos que contaminam mares, oceanos e organismos aquáticos. Para amenizar esse problema, Tallinn, a capital da Estônia, vai transformar as pontas de cigarro em matéria-prima para a produção de filamentos de impressão 3D.

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Tallinn é uma cidade medieval à beira do mar Báltico. Justamente em suas praias, no distrito de Põhja-Tallinn, estão sendo instaladas lixeiras especiais para recolher as bitucas, que representam 67% dos resíduos costeiros encontrados na região. No total, 20 recipientes foram colocados no espaço urbano.

A iniciativa está sendo realizada pelo Departamento de Economia Circular do Escritório de Gestão Estratégica de Tallinn em cooperação com a empresa Filaret OÜ, que já atua no serviço de coleta de pontas de cigarro. Todo o material recolhido será reciclado e transformado em filamentos de impressão 3D compostáveis e, portanto, ecologicamente corretos.

bitucas
Foto: Brian Yurasits | Unsplash

O projeto-piloto durará dois meses e, se bem-sucedido, a gestão irá comprar mais lixeiras para instalação ao longo do mar e do rio em Tallinn.

Bitucas de cigarro nas praias

O detrito é pequeno, mas o estrago é grande. Uma única ponta de cigarro pode poluir até mil litros de água e as toxinas liberadas do filtro na água podem persistir por até 10 anos, tornando-se letais para a vida aquática.

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“Acredita-se que uma bituca de cigarro seja biodegradável, mas, na verdade, o filtro é feito de plástico e contém toxinas que contaminam a biota marinha quando entram no mar e chegam aos nossos alimentos através da cadeia alimentar”, explica Mart Normet, chefe da campanha do Dia Mundial da Limpeza da Estônia. Em 2020, o país coletou 1,6 milhão de pontas de cigarro em apenas um dia. Levando em consideração que foi o primeiro ano de pandemia da Covid-19, não é difícil supor que a situação real seja ainda pior.

Em uma tentativa de conter esse problema, o governo espanhol aprovou uma lei para banir o cigarro de suas praias e assim evitar o descarte incorreto – seguindo o exemplo de países como Austrália, Nova Zelândia e México, que já possuem restrições neste sentido.

bitucas praiaFoto: Divulgação

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No litoral paulista, um projeto instalou caixas coletoras de bitucas e totens com cinzeiros para conscientizar os banhistas. A ideia é recolher e reciclar as pontas de cigarro. Já existe também um robô projetado especialmente para coletar bitucas na praia: é o BeachBot, desenvolvido na Holanda.

Enfim, criatividade não falta para reduzir esse difícil problema que não só compromete o meio ambiente como a saúde humana, uma vez que o ato de fumar está relacionado à morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano, segundo a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) – a mais antiga agência internacional de saúde do mundo.