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90% dos brasileiros gostaria de gerar sua própria energia

Ibope ouviu 2 mil pessoas sobre as expectativas e necessidades em relação ao setor elétrico

pesquisa setor elétrico
Foto: Pixabay

A Pesquisa de Opinião Pública 2020, realizada pelo IBOPE e pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), sobre o que o brasileiro pensa e quer em relação ao setor elétrico, apontou que 90% dos entrevistados gostaria de criar sua eletricidade por meio de painel solar, eólica ou outra fonte renovável.

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De acordo com os estudos anuais realizados pela Abraceel desde 2014, os brasileiros têm se mostrado mais receptivos a essa ideia. Em 2014, 77% apoiava a iniciativa.

O estudo ainda mostra que a faixa etária entre 25 a 34 anos é a que mais defende esta ideia (95%), sendo 14 pontos percentuais superior do que os entrevistados com mais 55 anos (81%).

Ainda traçando um perfil, a Abraceel destaca que a defesa por este tipo de geração energética cresce até 15% conforme sobe o grau de escolaridade, sendo o menor índice (80%) para cidadãos com até o quarto ano do ensino fundamental completo.

“Interessante notar que essa vontade de gerar sua própria energia elétrica fica em 90% e está presente igualmente nas três condições de município (Capital, Periferia e Interior) analisadas. Além de mostrar uma preocupação crescente com a conscientização ambiental, a pesquisa mostra que o brasileiro está cansado do modelo atual e sabe que paga caro pela conta de luz”, destaca o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros.

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Eletricidade limpa

A procura por uma eletricidade mais limpa ficou em segundo lugar na pesquisa que procurava saber qual motivo faria o brasileiro trocar de fornecedora de energia – caso o mercado livre fosse instaurado, com 17%.

Este quesito só ficou atrás do preço, com 64% das respostas, mas está à frente da qualidade do atendimento, com 15%. “Ou seja, podemos afirmar que o brasileiro quer uma energia mais barata, quer ter a possibilidade de escolher uma opção mais limpa e quer ser mais bem atendido”, resume Medeiros.

A maior porcentagem entre quem busca essa energia está na faixa etária de 16 a 24 anos (26%), porém, ao considerar a renda familiar, o trabalhador que recebe um salário mínimo passa a preferir preço e atendimento antes do tipo de energia contratada, caindo para 10%. Já quando o entrevistado recebe cinco salários mínimos, a preferência alcança 22%.

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Por fim, o estudo mostra que 57% disse não estar disposto a pagar mais pela luz para incentivar a geração de energia limpa. O sentimento, porém, varia bastante entre as faixas etárias – dados apontam variação de 30 pontos percentuais – sendo 67% na faixa acima de 55 anos e 37% nos mais jovens – entre 16 e 24 anos – que não estariam dispostos.

Modelo atual não agrada

Para Medeiros, o resultado confirma que o consumidor não está satisfeito com o atual modelo empregado pelo serviço do setor elétrico.

“A pesquisa mostra claramente que as pessoas gostariam de escolher sua empresa fornecedora de energia. Eram 66% dos brasileiros há 7 anos; agora são 80%, um recorde. Ou seja, a cada 10 pessoas, 8 querem mudanças na sua conta de luz. Isso também mostra que as pessoas estão mais atentas a seus direitos e que este debate sobre o mercado livre de energia precisa continuar”, conclui o presidente da Abraceel.

O Ibope ouviu uma amostra representativa de 2 mil pessoas no Brasil, entre os dias 24 de março e 01 de abril de 2020, nas regiões Sudeste, Sul, Nordeste, Norte e Centro Oeste do Brasil, estratificados por sexo, faixa etária, escolaridade, renda familiar e porte do município.