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Após saber de sua ida ao segundo turno da disputa presidencial, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) imediatamente proclamou que, se eleito, vai “botar um ponto final em todos os ativismos no Brasil”. Além de afrontar a Constituição Federal, que garante os direitos de associação e assembleia no Brasil, tal atitude significaria obstruir a ação de milhões de brasileiros que abraçam diversas causas, como combate à corrupção, enfrentamento à violência contra a mulher, educação, saúde, proteção à criança e ao adolescente, acesso a direitos, transparência na gestão pública, participação política, proteção ao meio ambiente, mídia independente, entre tantas outras.

Um manifesto já congregou mais de três mil organizações não-governamentais, coletivos e movimentos sociais nacionais e internacionais em um repúdio público a essa ameaça à democracia brasileira. Agora, uma campanha coletiva está sendo lançada para desmistificar o ativismo e angariar apoios à defesa da atividade no Brasil.  O convite ganhou a hashtag #AtivismoSim e engloba uma série de vídeos explicativos sobre o que é ativismo e um site manifesto onde pessoas e organizações podem se unir ao movimento. Entre os pontos que os vídeos esclarecem está a questão do financiamento do ativismo no Brasil: apenas 24% dos recursos vêm de governos municipais, estaduais ou federal.  A maior parte dos recursos – 40% – provêm de doações de pessoas físicas. Os 36% restantes são oriundos de empresas.

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A mobilização da sociedade civil tem sido responsável por importantes conquistas, como a Lei da Ficha Limpa, que nasceu da iniciativa da sociedade civil para combater a corrupção nas mais diferentes esferas no país. Por meio do ativismo, o Brasil ganhou também uma lei antifumo, programas de combate ao desmatamento e de proteção dos animais, leis de combate ao racismo e de enfrentamento à violência contra as mulheres; políticas públicas como o seguro desemprego e o financiamento estudantil, entre outros.



Dados do IPEA mostram o Brasil conta com mais de 820 mil organizações, desde grandes e conhecidos nomes para os quais muitas pessoas doam até pequenas associações que provêem sopa aos pobres ou resgatam animais abandonados, por exemplo.  O País também é reconhecido internacionalmente por sua forte rede de voluntariado, trabalho que é uma forma de ativismo. São mais de 2,1 milhões de cidadãos e cidadãs que dedicam parte de seu tempo, recursos e talentos – muitas vezes, para prover serviços que deveriam ser prestados pelo Estado.

A campanha é uma iniciativa de ativistas de vários coletivos e organizações, como Bancada Ativista, Escola de Ativismo, Imargem, Instituto Update, LabHacker, Maranha, Purpose, Rede Nossa São Paulo, Virada Política e Vote Nelas.

Clique aqui para assinar o manifesto.

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