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Brasil piora desempenho em índice de mudança climática

Em uma escala de 5 indicadores, a política climática brasileira foi classificada no nível mais baixo. Brasil é o quinto maior emissor global.

Brasil política crise climática
Foto: Greenpeace Brasil

O Índice de Desempenho em Mudança Climática (Climate Change Performance Index) 2021 lançado no dia 7 de dezembro de 2020 indica que o Brasil – quinto maior emissor global – caiu da posição 21 para a 25. Em uma escala de cinco indicadores, a política climática brasileira foi classificada no nível mais baixo.

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O país também ultrapassou a meta de emissões esperadas para 2018 e ficou abaixo do previsto em relação à expansão das energias renováveis, mas alcançou a meta de estabilizar o consumo de energia.

O índice é produzido pela Germanwatch e pelo NewClimate Institute e publicado em conjunto com a Climate Action Network (CAN). A ferramenta leva em conta o desempenho de 57 países e da União Europeia, que juntos respondem por 90% das emissões mundiais.

Entre os autores da parte brasileira estão o meteorologista Carlos Nobre, secretário-executivo da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, e Roberto Kishinami, coordenador do portfólio de Energia Elétrica do Instituto Clima e Sociedade.

Esforços não são suficientes

Os dados gerais do relatório indicam que nenhuma nação está fazendo o suficiente, especialmente o grupo dos grandes poluidores do qual o Brasil faz parte. Os EUA estão no fim da fila, atrás da Arábia Saudita.

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Dos países do G20, somente a União Europeia em conjunto, o Reino Unido e a Índia estão entre os países de alto desempenho. Seis países do G20 estão entre os de muito baixo desempenho (EUA, Arábia Saudita, Canadá, Austrália, Coréia do Sul e Rússia). Portugal e Nova Zelândia figuram entre os que ganharam mais posições no índice, enquanto a Suécia lidera o caminho rumo ao topo da classificação.

As melhores notícias vêm de alguns países de baixa renda, que tiveram desempenho surpreendente. Já a União Europeia está em uma encruzilhada: pode se tornar um modelo se conseguir promover uma recuperação verde após a crise pandêmica e estabelecer uma nova meta climática para 2030. Sem isso, o desempenho do bloco tende a piorar nas próximas avaliações do índice.

As emissões (pré-covid) caíram em mais da metade dos países, e globalmente elas aumentaram apenas ligeiramente, mostrando que um ponto de inflexão pode estar ao alcance. Como ninguém teve desempenho suficiente em todas as categorias para alcançar uma classificação geral “muito alta”, mais uma vez, os três primeiros postos da classificação geral permanecem vazios.

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Monitoramento independente

O Climate Change Performance Index (CCPI) é uma ferramenta de monitoramento independente do desempenho dos países na proteção do clima. Ele visa aumentar a transparência nas políticas climáticas internacionais e permite a comparação dos esforços de proteção climática e o progresso feito pelos países individualmente.

Os resultados da classificação são definidos pelo desempenho agregado de um país em 14 indicadores dentro das quatro categorias “Emissões de GEE”, “Energia Renovável” e “Uso de Energia”, bem como em “Política Climática”, em uma seção de política global única do índice.