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A falta de solo permeável e de áreas verdes na cidade de São Paulo estão associadas às enchentes que todo ano geram transtorno para os paulistanos. Mas um grupo de ambientalistas propõe uma solução prática e barata para reduzir esses impactos: os jardins de chuva, uma espécie de canteiro com plantas similar a um jardim comum, mas onde o solo é rebaixado para captar o volume de água que iria para os bueiros.

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No dia 18 de agosto, das 9h30 às 13h30, o grupo de ativistas do Vila Cidades, integrantes da iniciativa global Gaia Education, vai se reunir com a comunidade grajauense para instalar o primeiro jardim de chuva da periferia de São Paulo junto com os coletivos que atuam em projetos de cultura, economia solidária e desenvolvimento na região: Nóis por Nóis, Periferia em Movimento, Xemalami, Pagode da 27 e Expresso Cultural do Grajaú.  

O objetivo é deixar o Grajaú mais florido e permeável usando uma técnica simples e barata de permacultura – sistema de design para criar espaços humanos sustentáveis em equilíbrio com a natureza. Criada pelo africano Zephaniah Phiri Maseko, “o homem que plantava chuva”, a ideia foi inspirada nos Jardins do Éden e ajudou a sustentar a família de Maseko no Zimbábue. 

Ainda recente no Brasil, o método se enquadra no projeto de lei 12.526, de 2007, do Estado de São Paulo, que obriga a captação e retenção de águas pluviais em áreas descobertas superiores a 500m² como forma de prevenir alagamentos. 

Fernando Sassioto, arquiteto e integrante do grupo, explica que esses jardins quase não requerem manutenção, já que dependem apenas da fixação da água no solo por meio de variações na inclinação do terreno e do cultivo de plantas com alto poder de absorção. “Isso evita que a água não infiltrada fique empoçada, gerando erosões. Além disso, o plantio favorece o surgimento de pássaros e polinizadores que ajudam a ampliar a densidade do jardim, melhorando a qualidade do ar e embelezando a cidade de forma sustentável”, complementa.

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Em geral, essas construções são feitas em locais públicos, como ruas, rotatórias e calçadas, mas por sua simplicidade e estética, podem ser instaladas em estacionamentos, escolas e até no quintal de casa. A subprefeitura de Capela do Socorro, de onde o distrito faz parte, apoia a intervenção e liberou a obra no local. 

Por um Grajaú mais verde

A maioria dos jardins de chuva de São Paulo está localizada em bairros como Pinheiros, Moema e Vila Mariana. A ideia agora é expandir essa solução para locais que sofrem com baixa infraestrutura de espaços verdes, como é o caso do Grajaú, no extremo sul da cidade. 

Atualmente, o distrito abriga uma população de cerca de 445 mil habitantes, sendo o mais populoso da capital. No entanto, muitos bairros às margens da represa Billings ainda não contam com saneamento básico e, por isso, os alagamentos são frequentes. 

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Mara Luiza, moradora do bairro há 40 anos, também integra o Vila Cidades e diz que essa é uma oportunidade de quebrar estereótipos. “Tudo o que acontece no Grajaú e sai na mídia é coisa ruim. As pessoas têm essa ideia de que quem vive na periferia não trabalha ou não tem educação. Eu me orgulho de fazer parte desta comunidade e esse movimento de verdejar o bairro é prova de que coisas muito boas acontecem aqui”, diz. 

Mutirão para plantio do 1º jardim de chuva da periferia 

Dia: 18 de agosto, domingo

Hora: das 9h30 às 13h30

Local: no cruzamento da Av. Belmira Marin com a Rua São Caetano do Sul

Participação aberta à comunidade