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Horta da Esperança: cultivo em presídio produz alimentos para doação

Em 2023, foram produzidas 25 toneladas de hortaliças, legumes e frutas

Parte da produção é destinada a atender escolas públicas e entidades beneficentes. | Foto: Agepen | Divulgação

Há cerca de um ano, os reeducandos do CPAIG (Centro Penal Agroindustrial da Gameleira), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, começaram a produzir alimentos em três hectares do presídio semiaberto. A colheita ajuda a levar alimentação saudável a estudantes e pessoas carentes.

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O espaço tem a proposta de capacitar e ocupar produtivamente os reeducandos, ao mesmo tempo em que parte da produção é destinada a atender escolas públicas e entidades beneficentes. Também é realizada a venda das mercadorias para as empresas que fornecem alimentos ao presídio, sendo, de acordo com o diretor do CPAIG, uma forma de ser autossustentável.

A “Horta da Esperança”, como é chamada, é fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, Tribunal de Justiça e Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS). A horta ainda auxilia detentos na conscientização, redução da pena e ressocialização.

Horta presídio
Foto: Agepen | Divulgação

“Eu moro em um sítio e mexer com a natureza traz mais energia para mim. Quando eu convivo com as plantas fortalece meu espírito. Plantar e colher me ajuda cada dia mais a sobreviver. Se eu entrei fraco aqui eu vou sair mais forte, com uma profissão que eu possa atuar, trabalhar, produzir e procurar fazer o certo a partir de agora”, explica um dos internos.

Atualmente, oito reeducandos trabalham na horta e recebem remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados, como estabelece a LEP (Lei de Execução Penal), além de remuneração de um salário mínimo.

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Auxílio técnico

Desde o plantio à colheita dos alimentos, eles recebem capacitação e orientação técnica da Assistência Técnica e Gerencial do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Entre as técnicas adotadas estão a rotação de culturas e a cobertura do solo.

O técnico de campo e engenheiro agrônomo, Welligton Valadão, pontua que mais de 20 culturas são produzidas. “Na prática, eu atuo desde o início da implementação do projeto, com o planejamento, organização das culturas, o que seria plantado e como, o escalonamento das culturas e inserção das tecnologias. Após essa fase, eu passei a realizar duas visitas mensais para orientar os internos e servidores que auxiliam os mantenedores da horta”, detalha.

Horta presídio
O acompanhamento é realizado desde a correção do solo ao escalonamento da produção e colheita. Foto: Agepen | Divulgação

“Eu quis trabalhar na horta para não precisar ir para a rua, então já estamos ‘dentro do serviço’, e porque aqui é um bom lugar para se estar. Eu não tinha experiência com a horta, então eu observava os outros e aprendia. Aprendi a plantar, colher, mexer com a terra e adubar. A minha parte favorita é plantar, porque é legal ver ela crescer e se desenvolver”, relata outro detento.

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Segundo o juiz Albino Coimbra Neto, idealizador do projeto, a unidade penal tem potencial de se transformar em um dos maiores doadores de alimentos do país. “Como já se faz com a Padaria da Liberdade, que funciona no presídio e que já doou mais de 400 mil pães”, pontua. “Agora estamos com a horta, que terá produção o ano inteiro de legumes, verduras e frutas destinados à doação para a população carente de Campo Grande”, complementa.

Em 2023, foram produzidas 25 toneladas de alimentos no local, dentre eles hortaliças, legumes e frutas, sendo 20% doadas e 80% vendidas para fornecedores da unidade.

Com informaçōes da Agepen e da Agência de Notícias do Governo de Mato Grosso do Sul