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Robô controlado da Suécia ajuda a reflorestar a Amazônia

Iniciativa no Peru mostra o potencial da robótica e da tecnologia em nuvem na reversão do desmatamento

Robô Amazônia
A ideia é tornar o reflorestamento mais rápido, eficiente e escalável. | Foto: ABB Robótica

Um projeto piloto está demonstrando que na missão de reverter o desmatamento na Amazônia a robótica e a tecnologia em nuvem tem muito a oferecer. Capitaneada pela empresa ABB Robótica e a organização norte-americana sem fins lucrativos Junglekeepers, a iniciativa usa um robô controlado da Suécia para automatizar tarefas de plantio.

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A ONG Junglekeepers tem como missão proteger 55 mil acres de floresta amazônica, além de reverter o desmatamento. Esta difícil empreitada está contando com a ajuda do robô colaborativo YuMi da ABB que, em uma demonstração inédita, acelerou o processo de plantio de sementes em um laboratório na selva, localizado em uma região remota da Amazônia peruana.

Por meio da tecnologia ABB RobotStudio Cloud, os especialistas da ABB simulam, refinam e implantam a programação necessária para as tarefas do YuMi na selva a 12 mil km de distância de Västerås, na Suécia – habilitando o robô mais remoto do mundo.

Como funciona

O funcionamento do robô colaborativo – também chamado de cobot – é simples: cava um buraco no solo, joga a semente, compacta o solo em cima e o marca com uma etiqueta com código de cores.

Robô Amazônia
Tecnologia automatiza o plantio. | Fotos: ABB Robótica

A ideia é tornar o reflorestamento mais rápido, eficiente e escalável. Para se ter uma ideia, como o robô YuMi é possível replantar uma área do tamanho de dois campos de futebol todos os dias em zonas que requerem reflorestamento.

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“A colaboração da ABB com a Junglekeepers demonstra como a robótica e a tecnologia de nuvem podem desempenhar um papel central no combate ao desmatamento como um dos principais contribuintes para a mudança climática”, disse Sami Atiya, presidente da área de negócios de Robotics and Discrete Automation da ABB. “Nosso projeto piloto com o robô mais remoto do mundo está ajudando a automatizar tarefas altamente repetitivas, liberando voluntários para realizar trabalhos mais importantes na floresta tropical e ajudando-os a conservar a terra em que vivem.”

Vantagens

O uso do robô na Amazônia permite que os voluntários da Junglekeepers possam concentrar tempo e recursos em trabalhos de maior impacto, como patrulhar a área para deter madeireiros ilegais, educar os habitantes locais sobre a preservação da floresta tropical e plantar mudas maduras.

A criação de uma instalação de cobot totalmente remota e autônoma também supera a dificuldade de encontrar pessoas dispostas a permanecer e trabalhar no local distante da selva. Após a instalação inicial, o YuMi pode realizar suas tarefas de forma autônoma, apenas com a resolução de problemas quando necessário.

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“Até o momento, perdemos 20% da área total da floresta amazônica; sem o uso da tecnologia atual, a conservação ficará paralisada”, disse Moshin Kazmi, cofundador da Junglekeepers. “Ter o YuMi em nossa base é uma ótima maneira de expor nossos guardas florestais a novas formas de fazer as coisas. Isso acelera e expande nossas operações e avança nossa missão.”

Com a tecnologia RobotStudio Cloud da ABB equipes de todo o mundo podem colaborar em tempo real. Essa nova forma remota de programação permite novos níveis de flexibilidade e refinamento instantâneo, resultando em maior eficiência e resiliência. Além da experiência na Amazônia peruana, a companhia já havia colaborado, em 2022, com a rede Parley Global Cleanup, uma organização sem fins lucrativos que coleta resíduos plásticos marinhos, para criar itens de design personalizados, como móveis reciclados, usando impressão aditiva 3D.

Tecnologia em favor da floresta em pé

A destruição da floresta amazônica por meio de atividades humanas, como a extração de madeira e as queimadas para limpar a terra para a agricultura, está contribuindo para os efeitos devastadores da mudança climática. Estima-se que mais de 870.000 km² da floresta amazônica tenham sido desmatados desde 1985, uma área maior do que a França, o Reino Unido e a Bélgica juntos. Com dezenas de bilhões de árvores já eliminadas, a região está se aquecendo rapidamente.

“A Amazônia está em perigo. É por isso que precisamos que a tecnologia, a ciência e o conhecimento local trabalhem juntos para salvá-la. Caso contrário, chegaremos tarde demais. A floresta tropical pode ser salva, mas precisamos reunir todos esses elementos para fazer a diferença”, disse Dennis del Castillo Torres, Diretor de Pesquisa de Manejo Florestal do Instituto de Pesquisa da Amazônia Peruana.

Robô ABB Amazônia
Experiência está sendo testada em um laboratório em uma região remota da Amazônia peruana. | Fotos: ABB Robótica

“É muito importante ter uma combinação de alta tecnologia e conservação. Há muitas tecnologias que podemos usar para preservar a floresta, e esse robô pode ajudar muito a reflorestar mais rapidamente, mas temos que ser muito seletivos. Temos que usá-lo em áreas de alto desmatamento para acelerar o processo de replantio”, completa o pesquisador.

O programa piloto na floresta tropical tem a previsão de ser finalizado neste mês de junho. Após a conclusão, a ABB afirma que explorará outras oportunidades para ajudar a ONG de forma mais ampla, além de investigar novas formas de suas soluções robóticas e tecnologias de nuvem serem aplicadas na condução da transformação sustentável.

Amazônia
Tecnologia, ciência e o conhecimento local trabalhem juntos para salvar a Amazônia. | Foto: ABB Robótica