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Engenheira brasileira é premiada por estudo sobre bio-óleo

A substância tem grande potencial de aplicação para obtenção de produtos similares aos de origem fóssil.

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Ivana representará a UFPR e o Brasil na etapa internacional do Blue Sky Young Researchers and Innovation. Foto à esquerda: Pawel Czerwinski – Unsplash | Foto à direita: UFPR

O bio-óleo é um material semelhante ao petróleo, oriundo da biomassa (restos de animais e vegetais). A substância tem grande potencial de aplicação para obtenção de produtos similares aos de origem fóssil, que vemos no mercado. Entretanto, por ser quimicamente instável, há bastante dificuldade em aplicá-lo industrialmente. Uma das formas de simplificar o aproveitamento das diversas potencialidades do bio-óleo proveniente da madeira é estudada pela Engenharia Florestal e envolve o fracionamento desse produto, que consiste na separação de fases que o constituem.

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Após concluir, em sua dissertação de mestrado, que a fase aquosa, oriunda do fracionamento em água fria do bio-óleo, pode ser aproveitada como um coproduto de natureza hidrossolúvel e renovável, a agora doutoranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ivana Amorim Dias, está desenvolvendo uma solução de inovação de purificação de compostos de alto valor agregado a partir da fase solúvel do bio-óleo.

“Aplicamos ao bio-óleo uma técnica chamada fracionamento, em que quebramos a emulsão que o compõe. Assim, é possível reduzir a reatividade e acessar as fases polar e apolar separadamente, visto que cada uma tem aplicabilidades distintas”, explica Ivana, que desenvolve o estudo com auxílio de seu orientador, Pedro Henrique Gonzalez de Cademartori.

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Foto: UFPR

A fase solúvel do material tem, em sua composição química, açúcares e alguns fenóis de menor peso molecular que são valorizados do ponto de vista industrial. Isso porque têm grandes aplicabilidades, podendo ser utilizados em plásticos biodegradáveis, fármacos, cosméticos, aditivos alimentícios e até combustíveis.

“A solução de inovação é promover uma via de obtenção desses compostos presentes na fase solúvel em um sistema cíclico, com baixa geração de efluentes e resíduos, promovendo o aproveitamento eficiente dos recursos ambientais, além de reduzir a pressão de demanda por materiais de origem fóssil e as emissões de carbono”, afirma a doutoranda.

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Premiada

A proposta de Ivana foi a campeã da etapa nacional do prêmio Blue Sky Young Researchers and Innovation Awards 2022-2023, promovido pela Indústria Brasileira de Árvores (IBA) e pelo International Council for Forest and Paper Associations (ICFPA).

O objetivo do prêmio é selecionar jovens pesquisadores, estudantes e profissionais que tenham promovido projetos inovadores que possam contribuir para o desenvolvimento da indústria de base florestal mundial. O tema desta edição é “Construindo uma economia de baixo carbono com florestas e produtos florestais positivos para o clima”.

A etapa regional, realizada em São Paulo, concede ao jovem com o projeto mais inovador um prêmio no valor de R$ 8 mil. O orientador do projeto também recebe premiação no valor de R$ 5 mil. Agora Ivana representará a UFPR na etapa internacional, em que terá a oportunidade de apresentar seu projeto aos presidentes de empresas mundiais do setor florestal, no final de 2022.

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As informações da Universidade Federal do Paraná