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Volkswagen admite fraude ambiental em carros vendidos no Brasil

A empresa afirma que as emissões dos veículos no país não ultrapassaram os limites previstos pela legislação.

Megale, o senador Fernando Bezerra Coelho e Ana Cristina Rangel na Comissão de Mudanças Climáticas.

O diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen do Brasil, Antônio Megale, informou que 17 mil picapes Amarok vendidas no país pela montadora eram equipadas com software que frauda testes de emissões de poluentes. Apesar disso, afirmou ele em audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) nesta quinta-feira (12), as emissões desses veículos não ultrapassaram os limites previstos pela legislação.

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“Já tivemos resultados dos primeiros testes e, para nossa felicidade, independente da presença do software, as picapes cumprem os limites de emissões estabelecidos atualmente no Brasil. Em momento algum, houve prejuízo ao meio ambiente e aos consumidores”, afirmou Megale.

Entretanto, a empresa pretende fazer recall, no primeiro trimestre do ano que vem, para corrigir o problema. Conforme o executivo, a Volks já está testando um dispositivo para neutralizar a ação do software e, assim que a fase de testes for encerrada, será possível realizar o recall.

Até lá, segundo Antônio Megale, os consumidores poderão continuar usando normalmente seus veículos. Serão chamados proprietários de veículos ano/modelo 2011 e 2012.

A diretora de Qualidade Ambiental do Instituto Brasileiro do Ibama, Ana Cristina Rangel, informou que a entidade vai acompanhar a realização dos testes para verificar se a solução técnica encontrada pela companhia é de fato eficaz.

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Já o presidente da CMMC, senador Fernando Bezerra (PSB-PE), cobrou transparência da empresa e lembrou que o Brasil vai ser protagonista nas negociações da COP 21, conferência mundial sobre o clima a ser realizada no início de dezembro na França.

Escândalo

A denúncia de que a Volkswagen produziu e vendeu veículos com sistema que burla testes de emissão de gases poluentes ganhou destaque na imprensa do mundo inteiro em setembro, quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação contra a multinacional alemã.

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A empresa admitiu a fraude não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo, envolvendo um total de 11 milhões de veículos com motores diesel, inclusive de outras marcas, como Seat, Audi e Porsche.

Em 23 de setembro, o diretor-executivo da montadora, Martin Winterkorn, renunciou ao cargo e pediu demissão da companhia, que teve queda no valor de suas ações e já contabiliza prejuízo bilionário.

Agência Senado