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Estilista brasileira reaproveita sobras de tecido em novas peças

Atualmente sua empresa fabrica roupas, acessórios e também produz tecidos naturais.

Por ONU Meio Ambiente

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Muito antes de o termo upcycling entrar nas discussões sobre moda, a estilista brasileira Magna Coeli encontrou um meio de transformar o lixo em luxo, recolhendo tecidos descartados e usando-os para fazer novas roupas, joias e acessórios. Assim ela deu vida à empresa têxtil Refazenda em Recife, no Pernambuco, em 1990. 

A sua inspiração tinha raízes na infância.

“Meu pai foi alfaiate e a minha mãe, costureira e, quando criança, eu aprendi a costurar roupas para as minhas bonecas. Eu consigo me lembrar de usar pedaços de tecido do trabalho do meu pai como matéria-prima para a confecção das roupas das minhas bonecas”, conta Magna.

Os funcionários da Refazenda usam patchworks — colchas de retalhos — feitos com sobras de tecido como matérias-primas para a confecção de novos itens. Embora a empresa tenha começado fazendo tecidos para uso e decoração domésticos, atualmente a empresa fabrica roupas e também produz tecidos naturais, usando algodão, seda e linho orgânicos.

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Estilista Magna Coeli

A companhia também emprega rendeiras locais, dando emprego para artesãs habilidosas que ficaram sem ocupação por causa das novas tecnologias. A Refazenda realiza ainda workshops para ensinar aos seus consumidores como reaproveitar as próprias roupas e, assim, estender o ciclo de vida dos seus guarda-roupas.

“Agora, eu olho para trás e entendo que sempre busquei maneiras de praticar o upcycling, bem antes de o conceito ser criado e ter seu significado definido nos dicionários”, diz Magna. “A essência da ‘reciclagem de valor agregado’ foi embutida no conceito do negócio, junto com o desejo de pensar a moda de uma maneira circular.”

Magna acredita que não é possível ser ambientalmente sustentável sem ser socialmente e financeiramente sustentável também. “Permanecer comprometida com as três dimensões da sustentabilidade é primordial”, diz a estilista.

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“Negligenciar qualquer um desses pilares é romper o conceito ideal da sustentabilidade. O grande desafio é a busca constante do equilíbrio entre as dimensões social, econômica e ambiental. E isso é alcançado sendo o mais consciente e transparente possível.”

O impacto ambiental da chamada fast fashion ou “moda rápida” é amplamente conhecido, e esforços estão sendo feitos para tentar remodelar a segunda indústria mais poluente do mundo. Todos os anos, a indústria da moda usa em torno de 93 bilhões de metros cúbicos de água e cerca de meio milhão de toneladas de microfibras são despejadas no mar. O setor também é responsável por mais emissões de carbono do que todos os voos internacionais e envios de cargas marítimas somados.