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Usar a bicicleta como principal meio de transporte envolve planejamento, mas é só no cotidiano que se descobre o que é possível melhorar para tornar as viagens mais agradáveis. Patricia Vilas pedalava todos os dias para o trabalho carregando nas costas uma mochila e ainda uma bolsa a tiracolo. Foi só após uma viagem à Bélgica, país que possui grande infraestrutura para bicicletas, que ela entendeu que o trajeto poderia ser mais leve e até mais elegante. Dali veio o lampejo que resultou na criação de alforges nacionais.

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“Vi aquelas pessoas circulando com alforges e bolsas alforges, todas arrumadas. Mulheres de vestidos e salto…achei o máximo e comecei a questionar porque eu ia trabalhar de roupa de academia e carregando tudo nas costas?”, relembra Patricia, que amadureceu a ideia da criação de uma empresa e, junto com uma amiga, criou a Gaia (na mitologia grega, nome da deusa da Terra) Alforges.

Tendo o upcycling como princípio norteador, a marca busca unir “o prazer de interagir com a natureza, a paixão pelo pedal e a ideia de trabalhar com materiais que geram pouco ou nenhum impacto com o meio ambiente”. Versátil, o alforge pode ser acoplado no guidão da bicicleta ou no bagageiro e depois usado como uma bolsa comum pelo ciclista. Há modelos de bolsas e mochilas, alguns mais urbanos e outros que podem ser usados em cicloviagens.

Reaproveitar para criar

O desafio de ressignificar matérias-primas está presente na vida de quem não abre mão da sustentabilidade na hora de criar novos produtos. No caso da marca Gaia, câmaras de bike descartadas nas bicicletarias, lavadas manualmente, e lonas usadas de caminhão são reaproveitadas para a fabricação das bolsas. Também são confeccionados modelos com tecido feito em trama, sendo 70% de apara de algodão e 30% de garrafa pet.

Quando se trabalha na busca de novos usos para materiais que seriam considerados lixo, o trabalho de pesquisas e experimentação pode ser ainda mais intenso. Inicialmente, a marca usava banners usados para fazer os forros dos alforges, mas percebeu que o material não era o mais apropriado em qualidade e estética. “Hoje estamos usando o nylon de guarda-chuva, que as fábricas descartam quando o corte não está adequado ou por outro motivo. E atualmente está em teste o nylon de paraquedas”, explica.

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Fotos: Gaia Alforges/Instagram

Outra novidade da marca é o tecido feito a partir da fibra de bananeira. Tocando a empresa sozinha, com ajuda de parceiros e amigos, Patricia confessa que inicialmente pensou em trabalhar com a importação de bolsas chinesas, mas entendeu que aquilo fugia totalmente do que acredita. Sendo vegetariana, há 20 anos, mãe e avó, ela afirma que confia na nova geração e no exemplo -, não no discurso. E, lógico, está fazendo a sua parte.

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