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Recife libera 350 mil mosquitos estéreis para controlar Aedes aegypti

O método foi desenvolvido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

mosquito Aedes aegypti
Foto: Andrea Rego Barros

As informações são da Prefeitura de Recife

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A mais recente e inovadora estratégia da Prefeitura do Recife para o controle do mosquito Aedes aegypti começou a ser utilizada em dezembro. Cerca de 350 mil mosquitos estéreis foram liberados no ambiente, por terra e por drone, com o objetivo de reduzir a reprodução do inseto, e, consequentemente, controlar a população do transmissor da dengue, chikungunya e zika. A utilização da Técnica do Inseto Estéril (TIE) é uma das ações do Plano de Enfrentamento às Arboviroses 2020.

Reconhecida por sua eficiência na erradicação e controle de diversos insetos e pragas ao redor do mundo, a Técnica do Inseto Estéril (TIE) é pioneira para controle do Aedes Aegypti. O método desenvolvido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) consiste em tornar o mosquito macho estéril, em laboratório, por meio da esterilização por radiação ionizante, para depois soltá-lo no meio ambiente, de forma que ele copule com as fêmeas sem gerar novos mosquitos. A Prefeitura do Recife utiliza a técnica de controle de natalidade através de uma parceria com a Biofábrica Moscamed, que é o Centro Colaborador da AIEA para o controle do Aedes aegypti, além do Ministério da Saúde.

O prefeito Geraldo Julio destacou que o mais importante no Plano de Arboviroses é a participação de toda a sociedade. “Como o Aedes aegypti gosta de água limpa e parada, ele está muito mais presente dentro das casas do que nas ruas, nos córregos e canais. Nossos agentes visitam todas as residências e nós precisamos da participação permanente de todo mundo. Depois do lançamento de hoje, vou chamar igrejas, universidades, escolas e a imprensa para se juntarem a nós nesse trabalho. Sempre fizemos essa mobilização e por isso o Recife conseguiu diminuir o Levantamento Rápido do Índice de Infestação para Aedes aegypti (LIRAa)”, declarou o prefeito do Recife.

Os machos do Aedes aegypti soltos foram reproduzidos na biofábrica da Moscamed, em Juazeiro (Bahia), e levados para receber radiação no laboratório do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No Centro de Emergência de Mosquitos Estéreis (Cemer) da Prefeitura do Recife, localizado no Centro de Vigilância Ambiental (CVA), em Peixinhos, os insetos foram marcados com pó colorido fluorescente e passaram por testes de resistência, antes da liberação.

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O bairro de Brasília Teimosa foi escolhido para receber a primeira etapa da soltura por causa da localização geográfica, que provoca um isolamento que nenhum outro bairro possui, além de outros critérios ambientais, epidemiológicos e entomológicos (estudo dos insetos). O projeto do mosquito estéril foi apresentado à comunidade durante reunião com profissionais de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde e da Moscamed, quando os moradores conheceram o projeto, os objetivos e as etapas que fazem parte do protocolo – monitoramento, produção e liberação.

Os técnicos da Biofábrica Moscamed liberaram insetos em três pontos. “Recife já foi epicentro do problema das arboviroses, na época da tríplice epidemia, e hoje é epicentro da solução, usando uma ferramenta pioneira no mundo para controle do Aedes. A partir desse experimento de marcação – soltura – recaptura, vamos definir os parâmetros que vamos utilizar durante a liberação contínua. Vamos saber o efeitos dos ventos, a densidade de recaptura e poderemos fazer uma associação entre o número de mosquitos estéreis e selvagens capturados”, explicou Jair Virgínio, diretor-presidente da Moscamed.

Nos locais de soltura foram instaladas Estações Disseminadoras (armadilhas para que o próprio Aedes espalhe larvicida), para reduzir a população de mosquitos antes de usar a técnica da esterilização. No bairro de Brasília Teimosa, a redução foi de 25% de Aedes aegypti e 80% de muriçoca (Cúlex Quinquefasciatus).

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“Essa é uma ação em que estamos afirmando ciência. Não há como prover melhorias no setor de Saúde, por exemplo, sem estar baseado nas melhores evidências científicas. Esse ato é também uma trincheira de resistência da ciência como promotora das políticas públicas. Temos de tirar o ‘acho’ das nossas decisões, porque não pode haver desperdício de recursos. Para isso, precisamos nos basear cada vez mais em melhores evidências cientificas”, defendeu o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, que frisou que os machos estéreis não transmitem doenças; as transmissoras são as fêmeas.

Ações conjuntas

Além da Técnica do Inseto Estéril, a Secretaria de Saúde do Recife continuará utilizando também as outras ações de controle vetorial, como as visitas domiciliares de rotina dos Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces), as ovitrampas (armadilhas para monitorar a infestação do mosquito), as Estações Disseminadoras de Larvicidas e as Brigadas Contra o Mosquito, que envolvem instituições públicas e privadas da cidade.

Confira algumas orientações da Prefeitura do Recife para prevenir focos do mosquito Aedes aegypti:

· Manter caixas d’água, tonéis e tanques sempre bem tampados;

· Deixar garrafas vazias e com a boca para baixo;

· Guardar pneus em local coberto;

· Retirar a água da bandeja externa da geladeira pelo menos uma vez por semana e lavar com sabão;

· Encher os pratinhos dos vasos de plantas com areia até a borda;

· Colocar o lixo em sacos plásticos e manter as lixeiras bem fechadas;

· Não jogar lixo em terrenos baldios;

· Remover folha e tudo que possa impedir a passagem de água pelas calhas;

· Verificar se todos os ralos da casa não estão entupidos e limpar uma vez por semana;

· Não deixar água da chuva acumulada sobre a laje.