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Abelhas solitárias
Troncos, folhas e cascas de árvores compõem a singular hospedagem. | Foto: INEA

Um hotel bom para… abelhas! O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) do Rio de Janeiro mantém em Visconde de Mauá um “Hotel de Abelhas Solitárias”. Localizado dentro do Parque Estadual da Pedra Selada, o abrigo acolhe espécies sem ferrão que são fundamentais na polinização de diversas frutíferas, com destaque para o maracujá e a acerola.

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A equipe de guarda-parques e jardinagem do local construiu a “hospedaria” em 2021, utilizando diversos materiais naturais como bambus, madeira bruta, troncos de árvores, folhas secas e cascas de árvores. Tais recursos ajudam a simular os ambientes que os insetos utilizam para nidificar na natureza.

Dentre as espécies observadas no local estão a Tetrapedia sp, a Pseudaugochlora sp e a Xylocopa sp. Além das abelhas, diversos outros utilizam o hotel, como vespas, formigas e aranhas. Atualmente há mais de 70 orifícios, ou “quartos”, sendo ocupados ou que já foram usados como ninhos.

Abelhas solitárias
Espaço ajuda a conscientizar visitantes e estudantes que visitam o local. | Foto: INEA

O Hotel de Abelhas conta com dois anexos ao lado, duas colmeias de abelhas que vivem em coletividade e produzem mel. A Jataí (Tetragonisca angustula), por exemplo, produz cerca de 1 litro de mel por ano, que na região pode ser comercializado entre R$ 800 e 1000, por ser mais raro e considerado um poderoso antibiótico natural, usado para amenizar os sintomas de gripe por conter enzimas, leveduras e própolis em sua composição natural. Já a Mirim (Plebeia droryana), é também conhecida como “mosquito” e conta com ampla distribuição pelo Brasil.

Segundo a equipe do parque, cerca de 2.700 pessoas já visitaram a iniciativa, dentre estudantes e turistas nacionais e internacionais. “Nosso principal objetivo é informar os visitantes e alunos das escolas sobre a diversidade de nossas abelhas, temos mais de 300 espécies catalogadas no Brasil. Além disso, queremos destacar a importância das abelhas nativas na conservação da nossa biodiversidade”, explica o vice-governador e secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.

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Abelhas solitárias

Cada vez mais populares, os chamados hotéis para abelhas são voltados para as espécies solitárias, cujas características são não viverem em comunidade, não produzirem mel e terem vida curta. “Elas ocupam o hotel para pôr as crias, montar um ninho e acompanhar o desenvolvimento delas. Em geral, na natureza, essas abelhas criam ninhos em tronco de árvores ou em galhas”, explica a pesquisadora da Embrapa, Fábia Pereira.

jatai abelha sem ferrão
Jataí, espécie de abelha sem ferrão | Foto: SIMA

Uma pesquisa da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, detalha o comportamento das abelhas solitárias. “O comportamento solitário é caracterizado pela independência das fêmeas na construção e aprovisionamento de seus ninhos. Não há cooperação, ou divisão de trabalho, entre as fêmeas de uma mesma geração, ou entre mãe e filhas. Na maioria das vezes, a mãe morre antes de sua prole emergir, sem haver relações entre gerações diferentes”, cita o estudo.

Há cerca de 20 mil espécies conhecidas de abelhas no mundo, sendo que 85% são solitárias. Confira uma pequena amostra da riqueza desses insetos encontrados no Brasil neste material produzido pela Associação Brasileira de Estudo das Abelhas (A.B.E.L.H.A.).

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As abelhas têm um importante papel no equilíbrio natural, pois polinizam as flores, que são fecundadas e geram sementes e frutos que alimentam as diversas espécies da fauna. Ao se alimentarem desses frutos, alguns animais dispersam sementes, auxiliando no reflorestamento e na produção de alimentos. Apesar da grande importância, esses animais estão ameaçados pelos diversos impactos negativos causados pela ação humana.

Com informações do INEA e Embrapa