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“O chamado do cacique: herança, terra e futuro” estreia em abril

Documentário produzido pelo IPAM com apoio do Instituto Raoni será lançado em evento gratuito com a presença do cacique Raoni

Published 19/04/2024
cacique Raoni

Raoni Metuktire, chefe da etnia Mebêngôkre (Kayapó). Foto: IPAM

O minidocumentário “O chamado do cacique: herança, terra e futuro” estreia na próxima terça-feira, dia 23 de abril. Produzido pelo projeto Amazoniar do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) em parceria com o Instituto Raoni, o filme foi gravado durante a reunião organizada em julho do ano passado pelo cacique Raoni, que uniu povos indígenas na aldeia Piaraçú, no Mato Grosso, em prol do futuro do planeta.

“Durante os cinco dias que passamos em Piaraçu – num evento com mais de 800 indígenas, que nem o calor de 46 graus conseguiu atrapalhar – pude sentir a força da ancestralidade. Ficou clara a relação íntima que os povos originários mantêm com seus territórios, o que explica porque eles são tão essenciais para que o país e o mundo se adaptem às mudanças climáticas. Eles estão dispostos a contribuir com a solução. Contudo, para oferecer essa contribuição à humanidade, precisam que seus direitos, territórios e tradições sejam respeitados. Somente assim, através de seu modo de vida, poderão contribuir significativamente para o equilíbrio climático global”, conta Lucas Ramos, coordenador do Amazoniar no IPAM e diretor do documentário.

 

O documentário celebra a jornada do cacique em defesa dos direitos humanos enquanto destaca a oportunidade de diálogo entre os povos indígenas e não indígenas. Ilustra também as histórias pessoais que revelam a importância dos povos originários e trata das ameaças aos seus direitos e cultura. Além disso, aborda a transição para uma nova geração de líderes e o surgimento de lideranças das mulheres indígenas.

A cerimônia de lançamento coincide com o Acampamento Terra Livre em Brasília e com o Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas . O evento contará com a participação de líderes indígenas, representantes do governo, Judiciário, cientistas e sociedade civil. Entre os confirmados, está cacique Raoni Metuktire, chefe da etnia Mebêngôkre (Kayapó).

À frente na bancada, da esquerda para a direita: Teseya Panará, Kanhõc Kayapó, Raoni Mētyktire e Tutu Pombo Kayapó, dentre outros, ocupam auditório da liderança do PMDB nas negociações do capítulo dos indígenas na Constituinte, Brasília, em 1988. Foto: Beto Ricardo | Acervo Instituto Socioambiental

“Ao produzir o documentário, nosso objetivo no Amazoniar foi contribuir para que os indígenas brasileiros projetem suas vozes e levem o chamado do cacique mais longe, para que todos somem à luta pelos direitos dos indígenas e, por consequência, contribuam para o equilíbrio climático mundial. Este não é apenas um chamado por ação. É um convite para escutar, aprender e preservar juntos com nossos povos originários”, disse Ramos.

Na lançamento do filme, também serão exibidas outras produções audiovisuais de artistas indígenas: “Artesanato” (Are Yudja), “Memórias nas coisas do vovô” (Matsi Waura Txucarramãe, Kokokaroti Txukahamãe Metuktire, Kaiani Trumai) e “Menire djapej: o trabalho das mulheres” (Kokokaroti Txukahamãe Metuktire, Nhakmo Kayapó, Nhakpryky Metuktire, Bepunu Kayapó).

“O chamado do cacique: herança, terra e futuro”

Imagens: Divulgação
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