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Como o Instituto Terra driblou os efeitos do El Niño no plantio

A temporada de 2023/2024 foi impactada com um período de clima muito mais seco, no entanto o plantio na fazenda de Lélia e Sebastião Salgado foi considerado um sucesso – saiba como!

Instituto Terra plantio
Instituto Terra é uma organização sem fins lucrativos dedicada à restauração e preservação do meio ambiente e à promoção de práticas sustentáveis. | Foto: Leonardo Merçon

A etapa de plantio de mudas iniciada sempre no período anual de chuvas é imprescindível para potencializar cada vez mais a capacidade de transformação do trabalho de recuperação ecossistêmica desenvolvido pelo Instituto Terra. A temporada de 2023/2024, iniciada no final do mês de agosto e finalizada no início de janeiro, foi impactada com um período de clima ainda mais seco do que vem sendo verificado em anos anteriores. No entanto, o plantio foi considerado um sucesso pelo Instituto Terra, referência quando o assunto é restauração ecossistêmica, desenvolvimento sustentável e educação ambiental no Brasil.

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No total, foram plantadas 103 mil mudas de plantas nativas em uma área de aproximadamente 50 hectares da fazenda Cantinho do Céu – que teve uma taxa de “pegamento” inicial de 85% – e mais 110 mil mudas na RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Fazenda Bulcão.

Um dos principais fatores que possibilitou que o Instituto Terra conseguisse driblar os efeitos do El Ninõ para melhorar as condições até a chegada das mudas no campo diz respeito ao planejamento do plantio a partir de avaliações da variação da quantidade de chuva registrada nos anos anteriores.

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O ponto chave foi o planejamento do plantio a partir de avaliações da variação da quantidade de chuva registrada nos anos anteriores. | Foto: Leonardo Merçon

“Em 2023, tivemos uma alteração importante, pois em agosto, mês que não chove tanto, registramos mais chuvas do que o previsto. Com isso, foi preciso antecipar o plantio de parte das mudas na fazenda Cantinho do Céu. Ao passo que em novembro, época de maior chuva, praticamente não choveu e o índice ficou abaixo de todos os anos anteriores”, destaca André Fávaro, consultor técnico ambiental do Instituto Terra.

A saída encontrada pelo Instituto Terra para realizar o plantio sob efeito da falta de chuvas do El Ninõ, agravada no mês de novembro foi o uso de caminhões-pipa de prefeituras locais na rega das mudas tanto das duas fazendas. “Foram colocados vários reservatórios dentro das áreas de plantio que iam se movimentando e abastecidos por caminhões-pipa. Se não fosse essa ação de planejamento por causa da falta de precipitação, a taxa de pegamento das mudas seria bem menor”, afirma Fávaro.

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Na recente temporada do plantio de mudas, a equipe responsável pelo trabalho também enfrentou desafios de ter que preparar o solo argiloso em locais de aclive bastante acentuado, característica que contribui de forma significativa para grande assoreamento do solo e de córregos e que afeta a maioria das áreas encontradas na região; além de muita incidência de cipós, bambus e gramíneas.

Teste com paper pot reduz tempo de produção de mudas

Além do planejamento baseado na antecipação de parte do plantio por conta da escassez de chuvas, o Instituto Terra vem realizando em seu viveiro testes com paper pot, produto feito com papel biodegradável, que possibilitou maior velocidade na produção de mudas e gestão de algumas espécies. Essa inovação sustentável também permite transportar um maior número de mudas para as áreas de plantio.

instituto terra viveiro
Foto: Natasha Olsen

“Por serem menores, durante o transporte é possível dobrar a estocagem do paper pot, em comparação com os tubetes convencionais feitos de plástico, o que possibilita também dobrar a produção de mudas no viveiro”, ressalta o consultor técnico ambiental do Instituto Terra.

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Outra inovação para a temporada de plantio 2023/2024 relacionada ao viveiro diz respeito ao processo de fertirrigação das mudas. O Instituto Terra já vem operando por meio de um sistema, que automatiza essa etapa do trabalho. “Com esse programa, é possível padronizar a aplicação das quantidades de fertilizantes nas espécies e também aumentar a velocidade do trabalho, com um controle máximo dessa importante fase na produção de mudas no viveiro”, finaliza André Fávaro.