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Catafolia: mais de 2 toneladas de recicláveis coletadas em bloquinhos

Projeto ofereceu remuneração e apoio para o trabalho de catadoras e catadores no carnaval de rua de São Paulo

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Profissionais receberam remuneração e apoio para realizar o trabalho fundamental de coleta de resíduos nos dias de folia. Foto: Pimp My Carroça

Além da festa dos foliões, o carnaval de rua de São Paulo teve a participação ativa de catadores e catadoras de recicláveis que estiveram nos blocos garantindo a coleta de cerca de 2,6 toneladas de resíduos geradas entres os dias 11 e 20 de fevereiro de 2023.

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O Catafolia reuniu 150 catadores e catadoras, que receberam uma diária fixa pelo seu trabalho e um valor proporcional gerado pela venda dos recicláveis coletados. “Trabalhar como grupo é muito bacana porque um ajuda o outro. Uma parte fica triando, a outra coletando, então não fica pesado nem pra Maria, nem pro João e todo mundo fica satisfeito. Seria bom que mais blocos entrassem nessa, pois tem mais catadores querendo trabalhar”, conta Elismaura Pereira, catadora de materiais recicláveis.

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Responsáveis por coletar 90% de tudo que é reciclado no Brasil, catadores sofrem com pouco reconhecimento. Fotos: Pimp My Carroça

O Catafolia é uma parceria entre o Pimp My Carroça, o Cataki, o Instituto HEINEKEN e a Amstel e esteve em 4 blocos do Carnaval de Rua de São Paulo, patrocinados pela Amstel (Casa Comigo, Acadêmicos do Baixo Augusta, Tarado Ni Você e Unidos do Swing). “Os resultados desse projeto são um reflexo do grande papel que agentes informais têm na sociedade e o quanto o trabalho deles é essencial para a cadeia de reciclagem”, afirma Vânia Guil, gerente executiva do Instituto HEINEKEN.

Além dos catadores e catadoras, voluntários também participaram da festa da reciclagem fazendo a coleta dos resíduos recicláveis, como latinhas, garrafas pet, capas de chuva, copos plásticos e outros materiais.

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O artivista Mundano participou ativamente das atividades do Catafolia. Fotos: Pimp My Carroça

Por participar das ações apoiadas pelos Instituto HEINEKEN, os agentes ambientais receberam uma diária de 160 reais, almoço, lanche de manhã e à tarde, além de um kit com camiseta, luvas, chapéu, água e pegador. Tudo isso após participarem de treinamentos com a equipe do Cataki sobre a metodologia da ação, redução de danos, comunicação não violenta e segurança do trabalho.

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Voluntárias e voluntários do Pimp My Carroça também colaboraram catando materiais e com ações de artivismo para chamar a atenção para o trabalho das catadoras e catadores, estimulando foliões a fazerem sua parte no descarte consciente de seus resíduos carnavalescos.

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Foto: Pimp My Carroça

“Reconhecemos nosso papel no desfio de promover impactos positivos na sociedade e sabemos que parcerias como esta possibilitam o desenvolvimento de catadores e catadoras, dando segurança e visibilidade para seu trabalho”, reflete Vânia.

Parte de uma logística inédita, as ações nos blocos foram realizadas por equipes de catadores equipados e apoiados por pontos de descarte com big bags, carroças de apoio nos trajetos, além de pontos de apoio próximos aos blocos. Após a coleta, os resíduos de cada bloco foram armazenados, triados e vendidos separadamente pela cooperativa ReciFavela (na Zona Leste da capital paulistana) e o valor da venda foi dividido igualmente entre as catadoras e catadores participantes.

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Foto: Pimp My Carroça

“Os catadores vêm para a nossa base, onde têm alimentação, água, recebem os kits e vão trabalhar espalhados pelos blocos. É legal porque com esses itens eles são reconhecidos pelos foliões, então as pessoas já vão até eles levar sua lata, seu copo. E o mais importante é que, para além do valor da venda do material, todos eles recebem uma diária por prestar esse serviço”, explica Patrícia Rosa, coordenadora do Cataki.

A CataFolia coexistiu com a organização dos blocos, que abraçaram o projeto e facilitaram a participação dos catadoras e catadores durante a festa, gerando visibilidade e reconhecimento do público, que ovacionou os trabalhadores como atores fundamentais da folia.

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Foto: Pimp My Carroça

“Fazer parte dessa ação é uma honra, não só do ponto de vista simbólico, mas também do ponto de vista prático: gerar oportunidade de emprego e renda para as pessoas. Fazer com que os catadores possam trabalhar, ganhar seu dinheiro, ajudar os blocos e a cidade é maravilhoso”, disse Alê Youssef, um dos organizadores do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta.

“Eu compreendo esse projeto como algo histórico para os catadores, o Pimp My Carroça e o Cataki. Conseguimos a valorização deste trabalho, com remuneração e isso é histórico pois são essas pessoas que fazem a gestão de resíduos nas ruas da cidade há mais de 50 anos”, ressalta Celso Moraes, coordenador da ação de gestão de resíduos do Cataki.

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Foto: Pimp My Carroça