Eventos gratuitos celebram o Dia da Mata Atlântica em São Paulo

Ações ao ar livre ocorrem no Parque Ecológico do Tietê, no Parque Villa Lobos e na Reserva Indígena Tekoa Yvy Porã; além de mostras no Museu das Culturas Indígenas

Mata Atlântica eventos gratuitos
Foto: Fundação SOS Mata Atlântica

O “Viva a Mata” chega a sua 19ª edição. Realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, a iniciativa celebra o Dia Nacional da Mata Atlântica, instituído em 27 de maio, com uma série de eventos gratuitos. Sob o lema “Parte de Você”, os eventos acontecem em dois parques e uma terra indígena.

Oficinas, trilhas, apresentações musicais, rodas de conversa e uma verdadeira imersão na Mata Atlântica estão entre as atividades que serão oferecidas em três localidades. Todos os públicos poderão conhecer mais a fundo o bioma que é casa de mais de 70% da população brasileira e que precisa de um movimento de toda a sociedade para sua proteção, recuperação e garantia de futuro.

As ações acontecem simultaneamente no Parque Ecológico do Tietê, na zona leste, e no Parque Villa Lobos, na zona oeste, e na Reserva Indígena Tekoa Yvy Porã, próxima ao Pico do Jaraguá, na zona norte. Nessa última haverá práticas especiais para promover a conexão com a tradição Guarani e destacar a importância das comunidades originárias para a preservação ambiental, com direito a almoço típico.

Mata Atlântica eventos gratuitos
Fotos: Fundação SOS Mata Atlântica

No Parque Ecológico do Tietê o destaque é a apresentação musical “Casa Bagunçada” e um plantio de árvores nativas. No Villa-Lobos haverá uma oficina de “Cozinha na Floresta” para os pequenos, passeio para descobrir a Mata Atlântica e degustação de produtos da Juçaí, açaí produzido com 100% do fruto da palmeira-juçara, espécie nativa da Mata Atlântica.

A programação é gratuita e aberta a pessoas de todas as idades, confira abaixo como se inscrever!

Viva a Mata no Parque Villa-Lobos

  • Data: Domingo, 26 de maio de 2024, das 9h às 12h
  • Local: Parque Villa-Lobos, São Paulo – SP
  • Descrição: Atividades para toda a família, incluindo passeio “Descobrindo a Mata Atlântica“, oficina “Cozinha da Floresta” e roda de conversa sobre projetos do Edital Rio Pinheiros.
  • Inscrições: www.sympla.com.br/evento/viva-a-mata-no-parque-villa-lobos/2458471
  • Recomendações: Roupas confortáveis, chapéu/boné, protetor solar e repelente. Levar garrafa de água.

Viva a Mata no Parque Ecológico do Tietê

  • Data: Domingo, 26 de maio de 2024, das 9h às 12h
  • Local: Via Parque, 8054, São Paulo – SP
  • Descrição: Experiência “O Rio que Nasce na Minha Cabeça” e apresentação musical “Casa Bagunçada”.
  • Inscrições: www.sympla.com.br/evento/viva-a-mata-no-parque-ecologico-do-tiete/245852
  • Recomendações: Roupas confortáveis, chapéu/boné, protetor solar e repelente. Levar garrafa de água e canga para sentar no gramado.

Viva a Mata na Terra Indígena Jaraguá – Tekoa Yvy Porã

  • Data: Domingo, 26 de maio de 2024, das 9h às 14h
  • Local: Estrada Turística do Jaraguá, 3377, São Paulo – SP
  • Descrição: Mergulho na tradição Guarani com trilhas, danças, bate-papo com lideranças e almoço.
  • Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/viva-a-mata-na-terra-indigena-do-jaragua/2458559
  • Recomendações: Roupas confortáveis, chapéu/boné, protetor solar e repelente. Levar garrafinha de água.

Exposições no Museu das Culturas Indígenas

As exposições em cartaz no Museu das Culturas Indígenas (MCI) convidam o público a conhecer e sentir a atmosfera da Mata Atlântica. São três instalações que apresentam o bioma a partir de elementos que estimulam os sentidos e sugerem uma vivência sensorial.

Mata Atlântica eventos gratuitos
Hendu Porã’rã apresenta a cosmologia do povo Guarani, uma das populações indígenas que mais estão presente no bioma. | Foto: acervo MCI

O povo Guarani é uma das populações indígenas que mais estão presente no bioma e o seu modo de viver e sua cultura são apresentadas na exposição Hendu Porã’rã, escutar com o corpo.

O percurso da mostra convida o público a conhecer cantos, rezas e rituais milenares realizados nas comunidades e evidencia as perspectivas do povo Guarani sobre os alimentos, a dança, a luta, os sonhos, a compreensão do tempo e o sentido filosófico da língua nativa.

Hendu Porã’rã perpassa pelo sentir com o corpo e o escutar pelo diálogo, um chamado para quem deseja ouvir e caminhar dentro do território para conhecer os caminhos dos Guarani. “Essa experiência pretende mostrar ao público nossa forma de estar no mundo”, afirma Sandra Benites, que integra a curadoria da exposição ao lado de Márcio Vera Mirim, Sônia Ara Mirim e Tamikuã Txihi.

Conhecer para respeitar

A conscientização da proteção da Mata Atlântica e restauração das florestas são medidas fundamentais para preservação das espécies. São ações contínuas que trazem bons resultados, como a redução de 27% do desmatamento do bioma registrada pela Fundação SOS Mata Atlântica. É por meio da educação e do conhecer que a exposição Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham mostra a importância do bioma para o planeta.

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“Caverna dos Sonhos” convida o público a vivenciar o amanhecer e o anoitecer dentro da Mata. | Foto: acervo MCI

Sons, imagens, vegetação e vídeos transmitem para o público a atmosfera da Mata Atlântica. Há também dados fornecidos pela Fundação SOS Mata Atlântica sobre os povos que habitam o território, a flora e fauna, a legislação de proteção e outras informações relevantes a respeito do bioma e ações de preservação.

A expressão “Nhe’ẽ ry”, usada pelo povo Guarani para denominar a Mata Atlântica, também pode ser traduzida como “lugar onde os espíritos se banham”. Sonia Ara Mirim, curadora da exposição ao lado de Cris Takuá, Carlos Papá e Sandra Benites, explica: “cada elemento da mata tem seu espírito e seu modo de vida, então quando nós, indígenas, falamos dos ‘espíritos da mata’, estamos considerando toda a vida nela presente: floresta, animais, rios e nascentes. Onde há vida, há espíritos”.

Impacto humano sobre as espécies

Segundo dados do Ibama, dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil, 383 vivem na Mata Atlântica. O impacto humano sobre a existência das espécies é tema da exposição Mymba’i – pedindo licença aos espíritos. A partir de intervenção artística, concebida e conduzida por Tamikuã Txihi Pataxó, cinco artistas indígenas mesclam a destruição do bioma e os animais que mais sofrem com o desmatamento em diversas colagens que compõem o percurso da exposição.

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O impacto humano nas espécies que vivem na Mata Atlântica. | Foto: acervo MCI

Mymba’i é um convite para reflexão sobre os impactos das ações humanas na natureza: “usamos o fazer artístico como ato político coletivo, para contribuir na conscientização, educação, preservação e luta pela vida da Mata Atlântica (e demais biomas), bem como recuperação e fortalecimento de nossas memórias ancestrais”, afirma Tamikuã Txihi Pataxó.