Movimento defende sistemas agroflorestais na reconstrução do RS

Carta ao governo pede que agroflorestas e Soluções Baseadas na Natureza façam parte da reconstrução do Estado

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Foto: Facebook | Agenda Gotsch

Eventos climáticos extremos nos colocam frente a frente com a força da natureza, em uma situação de desequilibro. Estas situações podem gerar a falsa ideia de que a humanidade e o mundo natural estão em dois lados opostos, quando na verdade estamos profundamente conectados. Retomar uma relação saudável e harmoniosa com a natureza e seus ciclos é fundamental para evitar e mitigar os efeitos destes eventos. E é esta convicção que deu origem a um abaixo-assinado com propostas para reconstrução do Rio Grande do Sul por meio dos sistemas agroflorestais  e Soluções Baseadas na Natureza.

A Carta das Agroflorestas e Soluções Baseadas na Natureza. foi elaborada por representantes de instituições de ensino e pesquisa, organizações não governamentais (ONGs) e iniciativas ecológicas urbanas e rurais – mais de 400 instituições já se somaram ao movimento.

O abaixo assinado está circulando na internet com um apelo aos governos para que o Estado inclua a natureza e seus ciclos em decisões futuras, respeitando dinâmicas naturais para a ocupação e o uso do solo, adoção de sistemas regenerativos agroflorestais, preservação de áreas verdes e e outras soluções baseadas na natureza.

A Carta das Agroflorestas e Soluções Baseadas na Natureza ficará disponível para novas adesões até o final de junho, com assinaturas de pessoas físicas e entidades.

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Imagem: Divulgação

Com a necessidade urgente de apoiar as famílias atingidas por enchentes, a ideia do coletivo é que sejam criados assentamentos em áreas rurais no entorno das cidades atingidas, com produção de alimentos próximo a circuitos de escoamento e comercialização. O programa emergencial teria adesão voluntária e usaria sistemas agroflorestais para a produção de alimentos.

“A ideia é que essas pessoas possam ocupar áreas que proporcionem moradia segura e tenham viabilidade econômica dentro de um contexto de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas”, explica o produtor agroflorestal Vicente Guindani, membro da Associação dos Produtores da Rede Agroecológica Metropolitana (Rama), uma das signatárias da carta.

A carta ainda propõe a criação de um programa para territórios tradicionais, comunidades pesqueiras e populações ribeirinhas e a construção e aplicação de um plano estratégico para enfrentamento das emergências climáticas com foco em ações de restauração ecológica. Os autores da iniciativa buscam encontro com instituições como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o governo federal.

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Com o Sistema Agroflorestal, propriedades rurais conseguem diversificar a produção de alimentos. | Foto: Carol Campos

“Através dessa carta, fazemos um apelo às autoridades governamentais para que assumam o protagonismo na prevenção e mitigação das consequências das mudanças climáticas, protegendo e preservando nossos ecossistemas e comunidades. Para isso, é fundamental que os planos de reconstrução do Rio Grande do Sul levem em consideração as dinâmicas naturais na hora de definir a ocupação e o uso do solo, optando por manejos regenerativos agroflorestais e outras soluções baseadas na natureza”, afirmam os idealizadores.

Para ler a carta na íntegra, clique no link: Carta das Agroflorestas e Soluções Baseadas na Natureza.

Para assinar a carta, clique AQUI.