- Publicidade -

Projeto pede mais bicicletários nas periferias de São Paulo

Relatório do Instituto Aromeiazero ressalta a importância de bicicletários próximos a estações de transporte público com alta capacidade

bicicletas
Foto: Instituto Aromeiazero

Muito mais do que estacionamentos de bicicletas, os bicicletários funcionam como um espaço que facilita o deslocamento pela cidade, promovendo a integração entre diversos modais e, por consequência, melhorando a qualidade de vida para quem pedala e para todos que vivem e se deslocam por vias urbanas.

- Publicidade -

Para levar estes espaços até as periferias de São Paulo, aumentando o número de vagas nos bicicletários e criando um modelo social que atenda às demandas dos territórios, o Instituto Aromeiazero lançou o projeto “Mais Bicicletários”. A proposta é implementar um bicicletário próximo à estação de alta capacidade em área com altos índices de vulnerabilidade.

Quer saber mais? Na última quinta-feira, 4 de maio, foi divulgado um relatório com as ações realizadas dentro do Mais Bicicletários. O material, que contou com apoio do Itaú Unibanco, pode ser acessado de forma gratuita no AQUI

bicicletários periferia São Paulo
Foto: Instituto Aromeiazero

Muito além de estacionamentos

Por acreditar que os bicicletários podem ser muito mais que estruturas simples de estacionamento, mas sim fonte de convivência, renda, trocas e cultura, o Instituto Aromeizero buscou mapear, ativar e mobilizar a sociedade e o poder público. Sendo assim, entre 2021 e 2022 foram feitas ações em duas fases.

- Publicidade -

A fase 1 foi denominada de “Estudo Territorial”, com  diversas visitas e diálogos nos quatro territórios prioritários e periféricos elencados pela pesquisa “Bicicletário Modelo” da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) junto a experiência do Instituto: Guaianazes, Capão Redondo,  Santo Amaro e S. Mateus.

bicicletários em São Paulo
Fonte: Instituto Aromeiazero

A fase 2 de “Mobilização e Ativação” incluiu diversas ações: encontro de ciclistas para troca de experiências e conhecimento; mulheres ensinando outras mulheres a pedalar; oficinas de mecânica básica das bikes; pedal pela Av. dos Metalúrgicos, reivindicando a volta da ciclofaixa; ciclo de debates; e a abertura de um edital, que selecionou o Bike Zona Sul para desenvolver um conjunto de conteúdos de debate sobre o estacionamento seguro de bicicletas.

Essas ações foram realizadas na segunda fase do projeto. Ao longo dessas fases também foram realizados diversos diálogos com agentes públicos e gestores de bicicletários para constituição de um modelo sustentável, a ser apresentado nas próximas fases.

- Publicidade -

Mobilidade sustentável

Diferente de outros meios de transporte, a bicicleta promove a mobilidade sustentável, a saúde, a geração de renda. Com uma logística urbana adequada, é possível que a bicicleta seja usada em trajetos curtos ou em trajetos mais longos, a partir da integração com outros modais, como o transporte público de alta capacidade (trem, metrô, monotrilho, terminais de ônibus urbanos).

Esta integração com outros modais é justamente a intermobilidade, conceito diz respeito à utilização de mais de um modal de transporte na mesma solução logística. No contexto das grandes cidades, a diversidade de transportes coletivos interconectados privilegia deslocamentos mais sustentáveis.

custo meios de transporte bicicletas
Foto: Christie Kim | Unsplash

“Um dos nossos objetivos é promover a intermodalidade, geração de renda para a população local e descarbonização da região. Para a promoção de uma mobilidade urbana sustentável, insere-se a importância de compreender o pedestre, o ciclista e o usuário de transporte coletivo no centro do planejamento da rede, buscando a priorização e integração de modais que possibilitem a intermodalidade e a garantia de políticas públicas destinadas a esses usuários.”, comenta Heloisa Ribeiro, coordenadora do Instituto Aromeiazero.

O que diferencia um bicicletário de um simples estacionamento para bicicletas é que, para ser considerado um bicicletário, o espaço precisa ser dotado de zeladoria presencial ou eletrônica, podendo ser um serviço com ou sem custo. A bike não pode ficar desassistida.

Na cidade de São Paulo, foi estabelecido pela Lei SICLO (Lei nº16.885/2018) e pelo Plano de Mobilidade (PlanMob 2015) a meta do município em cumprir, até 2024, a implantação de bicicletários em todas as estações e terminais de transporte coletivo. Esse desafio é reforçado pelo Plano de Metas (2021-2024), feito pela Prefeitura de São Paulo, que insere como meta implantar bicicletários em todos os terminais urbanos de ônibus municipais. Porém, a cidade está longe de atingir esse objetivo.

cidades bicicleta
Foto: Pixabay

Nesse momento de crise do transporte público, aumentar o número de bicicletários é importante não só para quem pedala, mas para toda a cidade. Combinar serviços e encontrar soluções a partir do território é o caminho que o Aro está ajudando a traçar para a nova fase do Mais Bicicletários em 2023.

Para saber mais sobre o trabalho do Instituto Aromeiazero, acesse: www.aromeiazero.org.br.