Desafio premia ideias de design circular com 10 mil euros
Procura-se criativos: competição internacional quer incentivar soluções para mudanças climáticas; saiba como se inscrever
Procura-se criativos: competição internacional quer incentivar soluções para mudanças climáticas; saiba como se inscrever
O futuro circular não é apenas imaginável – é projetável. Para fazer a transição do linear para o circular, um concurso internacional está buscando ideias inovadoras de design circular – seja de produtos, serviços ou sistemas. O foco pode ser tanto soluções que visam combater a crise climática, em particular, como ideias em prol da sustentabilidade, em geral.
Batizado de Make It Circular Challenge, o concurso é uma iniciativa do What Design Can Do (WDCD) em parceria com a IKEA Foundation. O envio de projetos é online e gratuito e pode ser feito até 11 de janeiro de 2023.
O desafio é aberto para inovadores de diversas áreas. Tais como: designers, arquitetos, empreendedores da indústria criativa, entre outros. Os participantes são convidados a apresentar projetos que se encaixem nos temas: o que comemos, o que vestimos, o que compramos, como embalamos e como construímos.
No início de 2023, um júri de especialistas em design, impacto social e ação climática selecionará pelo menos 13 projetos. As ideias vencedoras serão transformadas em realidade com 10 mil euros em financiamento e um programa de desenvolvimento global co-criado com o Impact Hub Amsterdã, que inclui treinamento online, sessões de mentoria e um bootcamp presencial na Europa. Esse programa apoiará as equipes vencedoras a fortalecer ainda mais seus projetos e impulsioná-los até 2023 e além. Inscreva-se aqui!
A maioria das economias hoje é baseada em um modelo linear, em que o valor é criado pela produção e a venda da maior quantidade possível de produtos. O problema é que esse modelo supõe que é possível crescer infinitamente, em um planeta que tem recursos finitos.
Hoje é perceptível quanto essa hipótese estava errada, à medida que enfrentamos uma crise climática cada vez mais acelerada. Designers, arquitetos e fazedores têm a oportunidade, portanto, de moldar um futuro radicalmente diferente: restaurador e regenerativo por meio do design. Uma sociedade circular leva a economia circular a um passo adiante e considera as dimensões sociais e éticas de como as pessoas vivem suas vidas, do nascer ao pôr do sol.
“A capacidade de imaginar é o domínio ideal da comunidade criativa: ver o que ainda não existe, aceitar um desafio, seguir em frente com otimismo”, diz Richard van der Laken, cofundador e diretor criativo do WDCD.
Saiba mais sobre economia e design circular no Podcast LadoQ, episódio Bem estar sustentável #06: O design como peça-chave para a economia circular, com Barão di Sarno, da Questtonó Manyone, Daniel Pan, coordenador de Cocriação e Inovação Empresarial da Firjan e Bebel Abreu, da Mandacaru / WDCD BR.
“Para onde vão as madeiras das podas das árvores do campus da USP? O que é feito com elas?” Foi a partir dessas perguntas que nasceu o laboratório vivo de design Dapoda, que projeta soluções para estender o uso da madeira de poda de árvores urbanas.
Criada por designers e arquitetos estudantes da FAU USP, o grupo atua na produção de objetos, experimentação coletiva e capacitação relacionada ao tema. A iniciativa foi a proposta brasileira vencedora do No Waste Challenge, que premiou 16 projetos vindos de cinco continentes.
Em 2021, Caio Dutra, um dos idealizadores do projeto, viu sua ideia ganhar vida quando venceu a competição. ”O incrível Programa de Desenvolvimento ampliou nossos horizontes sobre empreendedorismo, pensamento criativo e modelos de negócios com impacto social, ambiental e econômico. O financiamento nos permitiu iniciar a implementação dos nossos projetos (produtos e serviços) utilizando madeira proveniente da poda de árvores urbanas”, conta, lembrando que viajou a Amsterdã para participar do Bootcamp presencial.
“Pudemos fazer contato com outras iniciativas e pessoas maravilhosas que nos inspiraram e nos permitiram estabelecer parcerias em um nicho altamente desafiador, mas promissor”, complementa.