Mini casa em Garopaba une sistemas sustentáveis, surf e natureza
Projeto foi pensado para ser como uma mini “cabana de campo na praia”
Projeto foi pensado para ser como uma mini “cabana de campo na praia”
As mini casas, ou tiny houses, fazem parte de um movimento arquitetônico e social que defende a moradia em casas pequenas. Já consolidado nos EUA e países da América do Norte, utiliza soluções sustentáveis e oferece um estilo de vida minimalista que tem conquistado cada vez mais adeptos. A expectativa é que esse modelo ganhe mais força no Brasil.
Segundo o arquiteto Nicolas Dattelkremer, uma mini casa é uma ótima alternativa para quem quer morar em meio à natureza ou vivenciar uma experiência longe da correria da metrópole. Ele acaba de finalizar um projeto em Garopaba-SC. “Pensamos numa arquitetura modular rica em detalhes únicos, com o menor impacto ao meio ambiente e que nos trouxesse retorno financeiro futuro”, diz.
A porta tem 100 anos e foi trazida de Shanghai, na China, em 2010, após a participação dele em uma exposição. O piso do chuveiro do banheiro é de vidro e o cômodo é integrado com o deck em cima de uma lagoa. Uma vista e tanto!
“Você dorme e acorda sobre as águas literalmente. Ouve o barulho da lagoa e dos pássaros. Me lembra muito uma cabana de montanha, mas estamos perto da praia.”
Nicolas Dattelkremer, arquiteto
Dattelkremer utilizou o Sistema Construtivo da Ecotelhado, que possibilita integrar várias soluções sustentáveis num mesmo ambiente. Esse exemplo de eco tiny house possui paredes verdes, telhados verdes com captação e reuso de água da chuva e muro vegetado. A cobertura verde absorve energia do sol e reduz a temperatura interna no ambiente.
“Era preciso haver ainda um sistema para tratamento de esgoto para conseguir permanecer no local desejado. Integramos, então, tudo isso com um sistema, que faz o tratamento de efluente ligado ao paisagismo”, explica o engenheiro João Manuel Feijó, especialista em Design Biofílico da Ecotelhado.
Para ter uma ideia, enquanto um vaso sanitário comum pode utilizar até 20 litros de água por descarga, o sistema batizado de ecoesgoto depende apenas de 0,5 litros por vez. O engenheiro explica que, no caso de águas negras, a tecnologia de filtragem usa a compostagem e o wetland, no qual são plantadas vegetações que nutrem o material orgânico depositado no solo.
Pequena e com pouquíssimos itens, a Tiny House é para ser prática e fácil de limpar. Mais do que isso, traz uma sensação de paz e aconchego. O arquiteto garante que o custo de construção e manutenção é bem baixo se comparado com outras construções e o maior benefício é o contato com o verde. Além disso, há a flexibilidade de levar esse modelo ecológico para outros locais quando quiser.
A mini casa foi projetada para que a família usufrua bons momentos. Após ficar pronta, a expectativa é que se torne também um negócio rentável. Tão perto da praia, a ideia é alugar o espaço aos finais de semana ou temporadas, uma experiência com o surf e a natureza.
“Estamos acreditando muito nesse novo estilo de vida inspirado no design biofílico, que integra as pessoas à natureza e faz com que tenham mais qualidade de vida. Um escape do barulho, da poluição e da correria das grandes cidades em tempos desafiadores”, ressalta João Manuel Feijó.