Com paredes de cânhamo, mini casa é solução para fugir do aluguel

“Nossa missão é capacitar as pessoas com as habilidades para um lar acessível, sustentável e feliz” – esta é a mensagem de apresentação que a Common Knowledge. Para cumprir com esta missão, foi firmada uma parceria com a produtora de cânhamo Margent Farm e projetada uma mini casa de baixo carbono que pode ser uma moradia para pessoas afetadas pela crise habitacional.

As Tigín Tiny Homes, nome de origem gaélica para uma pequena casa ou chalé, têm 20 metros quadrados e são construídas com materiais naturais que incluem os painéis de revestimento de cânhamo, isolamento de cortiça e pisos de linóleo de borracha natural.

O projeto foi pensado para pessoas que lutam ter sua primeira casa própria. A ideia é que a mini casa sirva como moradia por cerca de três anos. Durante este período, ao invés de pagar aluguel, as pessoas economizam e podem investir tempo e dinheiro na construção de uma casa maior de definitiva.

“A Tiny Home está preenchendo essa lacuna entre sair do mercado de aluguel e ter sua própria casa”, disse Harrison Gardner, um dos fundadores da Common Knowledge.

Mais do que vender casa, a empresa tem o objetivo de compartilhar conhecimento e educação. Entre as atividades oferecidas estão oficinas que ensinam habilidades para que as pessoas possam construir a própria casa, como alvenaria, carpintaria e soldagem.

As Tigín Tiny Homes, são o resultado dessas oficinas. Quem não pode ou não quer construir a sua moradia, pode comprar uma mini casa pronta por € 55 mil – os lucros serão usados ​​para financiar futuras oficinas de construção.

“Já ensinamos mais de 200 pessoas a construir suas próprias Tiny Homes”, disse Fionn Kidney, da equipe da Common Knowledge.

Paredes de cânhamo

Como as Tigín Tiny Homes são móveis, o peso dos materiais foi um fator importante na sua escolha e isso levou aos painéis de cânhamo corrugado da Margent Farm.

Esses painéis são feitos combinando fibras de plantas de cannabis com uma resina à base de açúcar produzida a partir de resíduos agrícolas – uma solução leve e sustentável, com produção local no Reino Unido. O material ainda não é permitido em construções definitivas, mas não tem restrição para o uso em construções móveis.

Para aproveitar a luz natural, a casa tem grandes janelas. A eletricidade vem de um sistema que funciona com a rede elétrica ou de forma autônoma. E o banheiro seco diminui o uso de água pelos moradores, além de possibilitar a compostagem.

“Comparada a muitas casas pequenas que existem no mundo, a nossa é bem alta e tem muitos vidros”, acrescentou Gardner. “Você tem uma sensação real de espaço e se sente completamente conectado à natureza.”

Casa para todos!

O próximo passo é abrir o código-fonte dos projetos para que qualquer pessoa possa construir as sua própria Tigín Tiny Home, usando esses materiais ou outras alternativas disponíveis.

A Common Knowledge planeja lançar um kit de ferramentas que inclua um conjunto completo de desenhos arquitetônicos, uma lista de materiais com fornecedores sugeridos e uma escala de preços.

“Estamos tentando criar opções no kit de ferramentas, para que as pessoas possam aumentar ou diminuir o preço”, disse ele. “Por exemplo, se eles não quiserem usar isolamento de cortiça, podem trocá-lo por outra coisa”, completa Gardner.