Casa sustentável em Brasília segue os conceitos da permacultura
Algumas das práticas para economizar podem ser adotadas também em residências comuns.
Algumas das práticas para economizar podem ser adotadas também em residências comuns.
Em tempos de falta d’água, a autossuficiência hídrica pode ser considerada uma conquista valiosa. Em busca dessa independência e de uma vida com maior integração com a natureza, há 17 anos o bioarquiteto Sérgio Pamplona vive em um sítio, localizado em Brasília, onde toda a água consumida é captada da chuva.
Outros conceitos da bioarquitetura, como o uso de materiais e iluminação naturais, também foram empregados no projeto do sítio Nós na Teia. O espaço ainda serve como um centro de pesquisas em sustentabilidade e oferece cursos regulares de práticas como permacultura e manejo de água.
O sítio conta com uma estrutura complexa de captação e reaproveitamento de água, mas segundo Pamplona, algumas das práticas para economizar podem ser adotadas também em residências comuns. Veja algumas delas:
– Santa chuva
Foto: Reprodução/Youtube
Toda a água usada na casa e nas dependências do sítio é captada da chuva. Seis reservatórios no próprio sítio garantem um armazenamento 80 mil litros de água. Apenas nos meses de seca na região (inverno), a água de caminhão-pipa pode ser necessária para uma emergência. O próximo objetivo do bioarquiteto é se tornar 100% autossuficiente.
– Louças limpas sem água corrente
Foto: Reprodução/Youtube
No intuito de poupar água, as louças sujas são lavadas sem água corrente. Os utensílios são lavados em três pias: uma para lavagem; outra para enxágue com água pura; e uma terceira para um segundo enxágue em uma solução com água, limão (para desengordurar) e água oxigenada (para desbacterizar).
– Sanitário seco
Foto: Reprodução/Youtube
No sanitário seco (sanitário compostável) não é preciso dar descarga. As necessidades são cobertas com serragem e vão para dois reservatórios lacrados. Enquanto um dos reservatórios enche, o outro vai se transformando em um composto para adubagem. Detalhe: ao contrário do que se imagina, o banheiro não tem cheiro.
– Irrigação
Foto: Reprodução/Youtube
A água captada da chuva irriga todo o terreno, incluindo pequenos lagos e plantações ao redor da casa. Mesmo a água usada no vaso sanitário da casa (usado em caso de emergência) é utilizada para alimentação de bananeiras. A água da lavanderia e da cozinha também é usada na irrigação de plantas.
A tentativa de criação de uma casa sustentável não fica apenas na questão da água. Sérgio também utiliza materiais reciclados para a construção da casa (como pneus na entrada e garrafas de vidro na parede, que proporcionam iluminação natural durante o dia) e tenta poupar energia elétrica com o design da moradia. O bioarquiteto dá cursos para quem deseja aprender mais sobre permacultura e sustentabilidade, confira aqui.
Por Edgard Matsuki e Gustavo Gomes, do Portal EBC.