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Foto: iStock

Por ICMBio

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O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, unidade de conservação (UC) administrada pelo ICMBio entre os estados da Bahia e do Espírito Santo, inaugura na semana que antecede o Carnaval o seu mais novo atrativo: a trilha subaquática do Chapeirão Mau-Mau.

O projeto é fruto de um trabalho conjunto que envolveu a equipe gestora da UC marinha, condutores de visitantes, empresas autorizadas para a visitação comercial na unidade, entre outros representantes de instituições que atuam na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável na região dos Abrolhos. A nova trilha subaquática do Chapeirão Mau-Mau conta ainda com o apoio do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar).

Chapeirões são formações recifais de rara beleza, só existentes em Abrolhos. Apresentam formato de cogumelo e chegam a medir 20 metros de altura e 50 metros de diâmetro no topo. O percurso da trilha, que poderá ser feito à noite com mergulho autônomo, acompanhado por condutores, tem tudo para proporcionar aos visitantes uma experiência inédita e inesquecível, estimulando a visitação na UC.

De acordo com Fernando Repinaldo Filho, chefe do parque, a trilha subaquática deve ajudar a conscientizar os visitantes sobre a diversidade de ambientes marinhos, ampliando o conhecimento sobre a fauna e a flora locais, em especial os chapeirões. Além disso, a ideia é aumentar a conscientização a respeito das melhores práticas de mergulho, com ênfase nos cuidados necessários para que essa atividade prazerosa de recreação na natureza seja aliada à conservação. “Nossa intenção é estimular uma mudança de atitude das pessoas perante a natureza marinha”, afirma o gestor.

Mergulho noturno

Ainda segundo Repinaldo, a trilha subaquática reforça um novo atrativo no parque, que é o mergulho noturno em chapeirões, agregando mais requisitos de segurança e interpretação ambiental a sua visitação. Atualmente, os mergulhos noturnos em Abrolhos são restritos aos pontos próximos à ilha Santa Bárbara.

“Esperamos que o público aproveite essa experiência fantástica e que consigamos ressaltar ainda mais as belezas naturais de Abrolhos e a importância de sua conservação, assim como o valor das unidades de conservação, de modo que as pessoas se inspirem e passem a preservar os oceanos e a vida marinha”, ressalta o chefe do parque.

Trilha interpretativa e guiada

A trilha subaquática será interpretativa e guiada, como são todos os demais mergulhos autônomos realizados no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. São 140 metros de extensão, com 14 pinos instalados na areia e cabos que interligam os pontos de interesse, guiando o trajeto e facilitando a interpretação de cada ponto com seus atrativos específicos.

O percurso abrange um complexo com 16 chapeirões e outras formações recifais de variados tamanhos e formas, atravessando ambientes como bancos de algas e gramas marinhas. Seu fundo de areia branca propicia boa visibilidade, mesmo em situações de contatos eventuais com o fundo. Devido a essas condições, o mergulho noturno poderá ser feito com a segurança necessária, tanto para o ambiente quanto para as pessoas.

Entre os chapeirões, a trilha oferece pontos de destaque, como a “Janela do Coração”, um conjunto de “cogumelos gigantes” em formato de coração. O local é ideal para fotos e pequenas passagens que garantem uma experiência única para os mergulhadores, principalmente os de primeira viagem.

Biodiversidade marinha

Outro destaque da trilha subaquática é a presença expressiva de anêmonas gigantes (Condylactis gigantea), espécie marinha atualmente classificada como ”em perigo de extinção”. As anêmonas parecem flores, mas, na verdade, são animais de corpo mole que ficam grudados na superfície das rochas no fundo do mar. Junto com elas, é possível encontrar diversos camarões-palhaço, sendo em sua maioria camarões limpadores, animais que retiram parasitas de peixes.

O trajeto também abriga grande variedade de esponjas de diferentes cores, formatos e tamanhos. Também chama a atenção, durante o mergulho noturno, a quantidade expressiva do gorgonocéfalo, ou estrela-de-cesto (animal da família das estrelas-do-mar), e dos ouriços que, de “braços” estendidos à noite, podem atingir 1 metro de comprimento.

Em relação aos peixes, além dos normalmente encontrados nos recifes de coral, como os peixes-cofre, moreias, entre outros, há grandes arraias, cardumes de enxadas e demais peixes que costumam circular pelo mar dos Abrolhos e são encontrados neste ponto de mergulho, como xaréu, olhe-te, guarajuba, arabaiana, olho-de-boi e pampo.

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