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Olhar árvores pode reduzir “craving”: os desejos viciantes e prejudiciais

Quanto maior exposição a ambientes naturais, menor força e frequência de craving.

janela natureza áreas verdes
Foto: iStock

O simples fato de poder olhar para espaços verdes está associado a uma redução dos desejos por álcool, cigarros e alimentos prejudiciais. É o que revela uma nova pesquisa da Escola de Psicologia da Universidade de Plymouth, no Reino Unido.

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Tal associação é a primeira a demonstrar que a exposição passiva a árvores, hortas ou áreas verdes em geral, está ligada a uma redução do “craving”. Esta palavra em inglês é traduzida de forma simples para o português como “desejo”, mas a OMS traz uma definição mais complexa: trata-se do desejo de repetir determinada experiência em função dos efeitos de uma dada substância. Ou seja, o conceito incorpora desde vícios em jogos ou drogas ilícitas até a ingestão de alimentos que estimulam a liberação de serotonina e endorfina, proporcionando prazer imediato. 

Agora, imagine barrar essa compulsão por desejos que são prejudiciais à saúde apenas tendo uma vista para um belo jardim? É isso que o estudo pretende comprovar. “É sabido há algum tempo que ficar ao ar livre na natureza está ligado ao bem-estar de uma pessoa. Mas, a associação com os desejos ao simplesmente olhar para espaços verdes acrescenta uma nova dimensão à pesquisa anterior. Este é o primeiro estudo a explorar essa ideia e pode ter uma série de implicações para os programas de saúde pública e proteção ambiental no futuro”, afirmou Leanne Martin, que liderou a pesquisa como parte de seu mestrado em Plymouth.

Métodos e perspectivas

Os participantes completaram uma pesquisa online que explorou as relações entre os vários aspectos da exposição à natureza, o craving e o efeito negativo. Foi medido, por exemplo, a proporção de espaço verde que cada um tem em seu bairro e quem possui a visão de tais áreas a partir de seus respectivos lares. Acesso a um jardim e frequência no uso de parques públicos também foram pontos analisados. O resultado mostrou que quanto maior exposição a ambientes naturais, ainda que somente por contato visual, menor força e frequência de craving.  

“Mostrar que um craving mais baixo está ligado a mais exposição a espaços verdes é um primeiro passo promissor. Pesquisas futuras devem investigar ‘se’ e ‘como’ os espaços verdes podem ser usados ​​para ajudar as pessoas a resistirem a desejos problemáticos”, concluiu Sabine Pahl, professora de Psicologia em Plymouth.

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Aqui você encontra o estudo completo do estudo Usando ambientes naturais para reduzir o craving: mecanismos afetivos e cognitivos.