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Citronela, cravo e canela encapsulados aumentam em 40% o efeito repelente

Trabalho resultou no registro de uma patente para a produção de um dispositivo hidrogel a partir dos compostos.

Foto: Uriel Soberanes | Unsplash

Por Unesp

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Os compostos ‘geraniol’ e ‘citronelal’ da citronela, ‘eugenol’ do cravo e o ‘cinamaldeído’ da canela encapsulados em nanopartículas de zeína mostraram aumento de até 40% do efeito repelente contra mosca-branca e ao ácaro-rajado quando comparado aos não encapsulados. Pragas agrícolas que atrapalham a produção de diversas culturas no país, como o feijão.

O estudo é resultado do doutorado realizado pelo pesquisador Jhones Luiz de Oliveira, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais do Instituto de Ciência e Tecnologia da Unesp, câmpus Sorocaba, que foi orientado pelo professor Leonardo Fernandes Fraceto.

O trabalho resultou no registro de uma patente para a produção de um dispositivo hidrogel, contendo nanopartículas de zeína carregadas com as moléculas descritas acima. Partículas que têm entre 1 e 100 nanômetros. Para se ter uma ideia de como essa medida é muito pequena, um metro tem um bilhão de nanômetros.

“Nosso objetivo é fornecer opções para pequenos produtores, produtores orgânicos ou até mesmo para agricultura urbana porque hoje tem muita gente plantando nas cidades, até mesmo em apartamentos e casas. A ideia é encontrar uma empresa interessada em fabricar esse produto. Todas as nossas formulações são baseadas em matrizes naturais que estão presentes no mercado. O processo de preparo é passível de escalonamento para volumes maiores volumes, então, acredito que será possível ver a nossa pesquisa transformada em produto para aplicação real”, comenta o pesquisador Jhones Luiz de Oliveira.

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A nanoencapsulação de pesticidas de origem botânica tem duas vantagens. A primeira é porque essa tecnologia permite a liberação gradual do composto ativo para que se tenha uma melhor efetividade, pois, evita perdas prematuras, melhora os processos absorção pelas plantas e reduz a quantidade que é aplicada de forma tradicional. A segunda vantagem é que ele é biodegradável, ou seja, é absorvido pela natureza sem contaminação.

A pesquisa foi escolhida como a melhor tese de doutorado da última edição do Prêmio Unesp de Teses. “Acredito que ser reconhecido pela excelência do trabalho desenvolvido é motivo de orgulho e do sentimento de que estamos no caminho certo. Resultado fruto de 3 anos e meio de muita dedicação em que tive a confiança e a orientação do professor Leonardo Fraceto, além da colaboração de inúmeros pesquisadores, tanto do grupo de pesquisa que pertenço quanto de grupos do Brasil e do exterior. Tal aspecto hoje em dia é de extrema importância para se desenvolver projetos que possam realmente solucionar os problemas da sociedade. A iniciativa foi inteiramente financiada com recursos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior) e da FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)”, comentou Jhones Luiz de Oliveira que segue com a investigação na mesma área como bolsista FAPESP de pós-doutorado, sob a supervisão do professor Ricardo Polanczyk, em projeto de uso de estratégias de encapsulação do ‘Bacillus Thuringiensis’, uma espécie microbiológica utilizada no combate de pragas agrícolas.

A iniciativa que faz parte do Projeto Temático Agricultura, Micro/Nanotecnologia e Ambiente: da avaliação dos mecanismos de ação a estudos de transporte e toxicidade. Tudo com o apoio da FAPESP.

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