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Agroturismo: um dia no campo sem sair da cidade de São Paulo

É possível experimentar o modo de vida característico de quem vive no campo através do turismo de base comunitária.

Acolhendo em Parelheiros
Visitantes conhecendo as ferramentas usadas no Sítio Quinta Estação | Foto: Camila Doretto

Quantos paulistanos conhecem o extremo sul da cidade de São Paulo, mais especificamente Parelheiros, a área que tem mais floresta por habitante de toda capital paulista? E quantos sabem que ali tem muito verde e também centenas de agricultores plantando o que se come na cidade? Se antes parecia uma realidade muito distante para alguns, agora está mais fácil de se tornar um destino próximo e surpreendente. O distrito virou roteiro de uma iniciativa de turismo de base comunitária que convida as pessoas a conhecerem de perto a região. É o projeto “Acolhendo em Parelheiros”.

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Durante a visita, é possível experimentar o modo de vida característico de quem vive no campo, conversar com agricultores que produzem alimentos orgânicos, saber o que e como produzem e ainda ser presenteado com uma refeição com ingredientes fresquinhos e produzidos ali mesmo. Além desse passeio pelo ambiente rural, os roteiros também incluem iniciativas de desenvolvimento local como projetos socioculturais e um empreendimento comunitário de alimentação saudável e economia solidária.

A ideia dos agricultores de receberem os turistas em suas propriedades nasceu a partir do contato com um dos parceiros e articuladores do projeto, a Associação Acolhida na Colônia, que oferece roteiros com hospedagem em casas de produtores orgânicos do estado de Santa Catarina e que entende o agroturismo como parte integrante das atividades das unidades produtivas e como fator de desenvolvimento local.

Acolhendo em Parelheiros
Seu Juarez ensina os visitantes a plantar utilizando seu método | Foto: Camila Doretto

“Quando fomos conhecer o projeto desenvolvido pelo Acolhida, em Santa Catarina, vimos que aqui na cidade de São Paulo também existia um grande potencial para implantarmos uma iniciativa parecida e que unisse agricultura e turismo rural de base comunitária. Fizemos então a parceria e hoje estamos com sete propriedades que fazem parte do roteiro, mas com a expectativa de aos poucos expandir para outros produtores de orgânicos da região”, conta Valéria Macoratti, presidente da Cooperapas, a Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais e de Água Limpa da região sul de São Paulo, uma das articuladoras do projeto.

O distrito de Parelheiros é responsável por produzir cerca de 30% da água que abastece a cidade. Uma vez que essa mancha verde da cidade concentra um grande número de produtores rurais e que apenas 10% possuem certificados orgânicos, a iniciativa do turismo rural é uma forma de valorizar quem batalha pela lida saudável com a terra. “Essa visita é muito importante para os dois elos; tanto para o agricultor, que se sente reconhecido e valorizado – afinal, sem o trabalho do agricultor nós não temos comida; como para o consumidor, que passa a ver que o alimento tem uma história por trás dele. Quando as pessoas vêm aqui conhecer como é produzido um alimento orgânico, elas ficam encantadas ao ver como o agricultor trabalha e assim passam a olhar com mais valor e cuidado para esse alimento. É uma troca muito positiva”, comenta Arpad Spalding, um dos produtores do Sítio Quinta Estação, que é uma das 7 propriedades que já integram o Roteiro de Turismo de Base Comunitária.

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Além da Acolhida na Colônia, o projeto “Acolhendo em Parelheiros” foi desenvolvido também pelo IBEAC, Instituto Brasileiro de Estudos e apoio comunitário, a Araribá Turismo e Cultura, o Sesc São Paulo e a Cooperapas, Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais e de Água Limpa da região sul de São Paulo.

Plantando com as mãos

A Chácara Maravilha de Deus é também uma das 7 propriedades que fazem parte do roteiro do “Acolhendo em Parelheiros”. O proprietário, Juarez Andrade Sales, de 66 anos, virou agricultor aos 60. “Era um sonho de muito tempo”, diz enquanto apresenta a propriedade e o seu jeito de plantar, que aliás, é muito peculiar. “Eu planto tudo com a mão. A enxada já tá pesada demais pra mim”, afirma.

Além de não usar enxada, a quantidade de água que ele precisa para plantar é bem pequena. “Se passar um mês sem chuva, esse canteiro dá conta de segurar a produção”, conta. Isso porque o sistema que ele usa ali tem como base o uso de canteiros que são completamente cobertos por matéria orgânica. Esse sistema enriquece o solo e o mantém úmido. O jeito de plantar do Seu Juarez tem chamado a atenção de estudiosos da agricultura orgânica e também de outros agricultores da região.

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Para ter mais informações e se inscrever para o roteiro “Acolhendo em Parelheiros”, entre em contato com a agência Araribá Turismo & Cultura.

Quer saber mais? Então ouça a entrevista sobre o “Acolhendo em Parelheiros” no podcast Vozes do Planeta, de Paulina Chamorro.