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“Na contramão”: Conheça o paulistano que usa a caminhada como meio de transporte

Lincoln Paiva pode experimentar a cidade, escolhendo as ruas que quiser. Ele ainda economiza e vive com mais disposição.

Quando se discute a opção de deixar o carro de lado e optar por um meio de transporte alternativo logo vem à mente o ônibus, o trem e o metrô como soluções. Entre essas alternativas, que sem dúvida facilitam a rotina, quase nunca é citado a forma mais antiga e mais simples de se locomover: a caminhada. Esse não é o caso do morador de São Paulo Lincoln Paiva, que anda de 10 a 15 quilômetros diariamente.

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Há 15 anos Paiva, que é presidente do Instituto Mobilidade Verde, foge do trânsito – abandonou o carro e o que ele chama de “carrodependência”. Desde então, opta por andar a pé, de bicicleta ou de transporte público.

“As pessoas perderam a percepção de tempo e espaço na cidade, a maioria pensa apenas em tempo quando planeja seus deslocamentos para realizar suas necessidades, ou seja, quanto tempo eu demoro pra chegar a um determinado lugar. Eu sempre penso em distância, quantos quilômetros tem um local e então escolho o horário, o compromisso e como chegar”, explica Paiva.

Aliando diversos modais, quando necessário, ele percebe que um dos benefícios é poder “experimentar” a cidade de outra maneira, podendo percorrer as ruas que quiser e reconhecendo as particularidades de cada região. “Vivo numa cidade diferente das outras pessoas porque não fico parado em congestionamentos, escolho meus caminhos e evito andar por ruas poluídas e cheias de carro. Tenho mais liberdade para fazer as coisas porque sei que não vou depender de estacionamento e sempre posso ir a pé ou pegar um táxi se precisar”.

Paiva mora na Vila Madalena, bairro da zona oeste, e trabalha na Avenida Paulista, um dos principais centros econômicos da cidade. A distância é de pouco mais que três quilômetros e percorrendo a pé são gastos quarenta minutos. De carro, ele poderia perder uma hora – dependendo do horário e trajeto. São vinte minutos a mais que representam um ganho expressivo ao longo de um ano. 

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Além da questão do tempo, ele percebe que “usar as pernas” como meio de transporte trazem benefícios econômicos e impulsiona uma vida mais saudável. “Sei que não preciso gastar dinheiro com estacionamento, seguro, gasolina. Sem contar que, andar a pé, coloca você em contato com a sua cidade, melhora a sua saúde e disposição”.

Ele defende que é preciso estruturar uma cidade com menos veículos individuais motorizados para que se tenha mais qualidade de vida. Usuário da bicicleta, Paiva salienta que as ciclovias ajudam em diversos aspectos, como redução da velocidade dos carros, de ruídos e da poluição.

“Se você quer estimular as pessoas a andarem mais é preciso acalmar a cidade, ninguém gosta de andar em ruas barulhentas, cheias de carros e poluídas. Aos poucos as pessoas vão se dar conta de como é bom andar, fazendo isso a cidade vai ficando mais segura, mais vibrante e com melhor qualidade de vida”, acredita ele.

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Veja outros depoimentos da série “Na contramão”, que o CicloVivo elaborou para a Semana da Mobilidade Urbana.

Por Marcia Sousa – Redação CicloVivo