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Senadores visitam mineradora e pedem liberação de amianto

O amianto é classificado como reconhecidamente cancerígeno para os seres humanos.

Foto: Marcos Brandão/Senado Federal

Extraído de rochas, o amianto era bastante utilizado na construção civil, em especial, na fabricação de telhas e caixas d’água. Mas a exposição ao material foi reconhecida como cancerígena para os seres humanos e, em 2017, sua extração e venda foi proibida no Brasil. A decisão veio do STF e não agradou todos os setores. Tal descontentamento ficou bastante claro no final de abril quando senadores visitaram a mineradora Sama Minerações, no município de Minaçu, em Goiás.

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Davi Alcolumbre, que é presidente do Senado, junto aos senadores Vanderlan Cardoso, Luiz do Carmo e Chico Rodrigues visitaram a mineradora Sama, no último dia 27. A empresa extrai crisotila, um tipo de amianto, e está com as atividades paralisadas desde fevereiro. Após a visita, o grupo expressou que trabalhará para que a decisão do STF seja revertida. Alguns inclusive questionaram o potencial cancerígeno da manipulação do amianto.  

“A visita do Senado em Minaçu é para verificar in loco esta situação. É angustiante ver uma decisão jurídica sobrepor-se à vida das pessoas, que têm o seu sustento com dignidade”, afirmou o presidente do Senado. Já Vanderlan Cardoso chamou a proibição do STF de “decisão equivocada” e Chico Rodrigues afirmou: “Nós temos a convicção que o Supremo Tribunal Federal vai rever sua posição”.

A comissão, segundo a Agência do Senado, foi criada para “avaliar a situação dos funcionários da mineradora após a interrupção dos trabalhos” e são os trabalhadores que estão sendo colocados a todo o momento como justificativa para o retorno das atividades da mineradora. Confira o vídeo da visita dos senadores abaixo.

Posição do Instituto Nacional de Câncer (INCA)

A exposição ao amianto está relacionada à ocorrência de diversas doenças. Ele é classificado como reconhecidamente cancerígeno para os seres humanos. Não foram identificados níveis seguros para a exposição às suas fibras. O intenso uso no Brasil exige que a recuperação do histórico de contato inclua todas as situações de trabalho, tanto as de contato direto com o minério em atividades industriais típicas – em geral com exposição de longa duração; indireto, através de serviços de apoio, manutenção, limpeza, – em geral de baixa duração, mas sujeitas a altas concentrações de poeira; e as exposições não ocupacionais, sejam elas indiretas ou ambientais.

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  • Asbestose: A doença é causada pela deposição de fibras de asbesto nos alvéolos pulmonares, o que reduz a capacidade de realizar trocas gasosas, além de promover a perda da elasticidade pulmonar e da capacidade respiratória.
  • Câncer de pulmão: O câncer de pulmão pode estar associado a outros tipos de adoecimento, como a asbestose. Estima-se que 50% dos indivíduos que tenham asbestose venham a desenvolver câncer de pulmão.
  • Mesotelioma: O mesotelioma é uma forma rara de tumor maligno, podendo produzir metástases por via linfática em aproximadamente 25% dos casos.

O amianto pode causar, além das doenças acima citadas, câncer de laringe, do trato digestivo e de ovário; espessamento na pleura e diafragma, derrames pleurais, placas pleurais e severos distúrbios respiratórios.

Foto: Marcos Brandão/Senado Federal

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