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Proprietários de reservas naturais do Paraná recebem incentivo para preservação

A iniciativa busca dar suporte para os proprietários manterem e ampliarem as ações de conservação da natureza.

RPPN Paraná
Termo de Compromisso foi assinado junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA) em dezembro de 2018. Créditos: Lucas Pontes.

Proprietários de dez Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN) do Paraná receberam, em abril, a primeira parcela do recurso financeiro referente ao programa estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A iniciativa busca estabelecer um instrumento econômico que dê suporte financeiro para os proprietários de RPPN manterem e ampliarem as ações de conservação da natureza em suas reservas. O recurso é proveniente do Fundo Estadual do Meio Ambiente.

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Um Termo de Compromisso assinado junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), em dezembro passado, garante o repasse total de R$ 223.582,80 distribuídos entre as RPPN para doze meses, inicialmente. Entre as selecionadas pelo edital de chamamento público, as quatro primeiras são a Uru, na Lapa; Sonho Meu I e Sonho Meu II, em Tibagi; e Antenor Rival Crema, em Bocaiúva do Sul, todas apoiadas pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). As reservas estão entre as melhores avaliadas nos critérios do edital, que considerou a qualidade da gestão e estado de conservação das áreas, entre outros fatores.                             

Um dos proprietários da Uru, Aristides Tadeu Gianello, explica que a iniciativa de preservar o local foi tomada ainda na década de 1950 pelo avô, que trabalhava na indústria madeireira. “Em algum momento ele sentiu que devia fazer algo pela região. Por isso, junto com os irmãos, ele comprou aquelas terras e, posteriormente, adquiriu mais alguns hectares de terrenos vizinhos. Desde então, é proibido caçar e mais nenhuma árvore foi cortada”, conta Gianello. Para o proprietário, o recurso do PSA é uma ferramenta importante no trabalho pela conservação. “A manutenção de uma reserva tem um custo alto, porque além do pagamento dos funcionários, há ainda os custos com as trilhas, estradas e ponte. Nesse cenário, receber um incentivo econômico é importante e animador”, comenta o proprietário.

Apoio pela conservação

Essas reservas receberam, no início do processo de criação, a contribuição do Programa de Desmatamento Evitado (PDE). Executado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), há 15 anos, o PDE atua como “ponte” entre donos de propriedades com áreas de vegetação nativa de Floresta com Araucária e Campos Naturais e empresas interessadas em apoiar iniciativas de conservação. O Programa também é responsável por auxiliar na elaboração do plano de manejo e gestão dessas reservas, um dos principais critérios avaliados para o ranqueamento das reservas selecionadas pelo edital.

Segundo o coordenador do projeto, Marcelo Bosco, a atuação do PDE nessas propriedades foi um elemento essencial para que, agora, elas estejam recebendo o apoio. “Essas áreas são responsáveis pela manutenção dos serviços ecossistêmicos, como a regulação climática e o fornecimento de água limpa, essenciais para a qualidade de vida da população. A partir da criação da RPPN, o plano de manejo é de extrema importância, já que é necessário tê-lo aprovado para que os proprietários possam acessar o edital e receberem o recurso”, explica Bosco.

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Além disso, outras duas reservas em Curitiba que receberam o recurso contaram com a atuação de mais um projeto executado pela SPVS: o Condomínio da Biodiversidade (ConBio). As Reservas Particulares de Patrimônio Natural Municipal (RPPNM) Bosque da Coruja, no bairro Pilarzinho e Airumã, em Santa Felicidade, receberam apoio do ConBio, que busca engajar a população na conservação de áreas naturais urbanas e periurbanas. Os técnicos da SPVS visitam propriedades particulares com vegetação nativa e orientam sobre boas práticas de manejo e criação de RPPN.

Terezinha Vareschi, proprietária da RPPNM Airumã, conta que a família sempre teve o desejo de preservar a floresta no imóvel de 36 mil metros quadrados. “A vontade sempre existiu, mas o processo para a criação de uma RPPNM é burocrático e por isso, a ajuda do ConBio foi muito importante para nós”, explica Terezinha. A proprietária também comemora o recurso estadual destinado ao Pagamento por Serviços Ambientais. “Esperamos que os incentivos sejam cada vez mais frequentes, expressivos, e que o setor público e privado compreenda que ao preservarmos áreas verdes em meio ao ambiente urbano, criamos cidades mais resilientes, ou seja, que são capazes de resistir, absorver e se recuperar de forma mais eficiente às mudanças climáticas”, afirma.

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