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Plano de manejo dos rejeitos da Samarco deve ser anunciado em 45 dias

39 milhões de metros cúbicos de rejeitos escaparam dos limites do complexo minerário da Samarco.

Foto: Antônio Crus/Agência Brasil

O plano de manejo dos rejeitos de mineração espalhados após a tragédia de Mariana (MG) começou a ser discutido na última quarta-feira (25) e deverá ser entregue em 45 dias à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais. Pesquisadores, empresas de consultoria e representantes de órgãos ambientais participaram de um seminário que deu início às discussões. O evento foi organizado pela Fundação Renova, criada pela mineradora Samarco para gerir as ações de reparação dos danos causados pelo episódio. Novos encontros ocorrerão nas próximas semanas.

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A Secretaria de Meio Ambiente precisará apontar o que será feito com toda a lama dispersa. Não haverá uma única solução e nem todo o rejeito será retirado. Medidas diferentes deverão ser adotadas, levando em conta que a região afetada é composta por áreas com características distintas.

A tragédia de Mariana ocorreu em cinco de novembro de 2015, quando o rompimento da Barragem de Fundão, pertencente à Samarco, levou devastação à vegetação nativa e poluição à bacia do Rio Doce. Dezenove pessoas morreram e comunidades foram destruídas, entre elas os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.

Um acordo assinado entre a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo estabeleceu que toda a área que sofreu impacto deverá ser recuperada pelas empresas. Entre as obrigações definidas está o manejo dos rejeitos. Embora esse acordo tenha sido contestado pelo Ministério Público Federal (MPF) e ainda não tenha validade judicial, as partes signatárias estão cumprindo o combinado.

Segundo a Fundação Renova, 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos escaparam dos limites do complexo minerário da Samarco. Desses, 20 milhões estão depositados no trecho que vai até a Usina de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado (MG). Em um desdobramento do acordo, a Fundação Renova protocolou nos órgãos ambientais um ofício assumindo o compromisso de retirar 11 milhões de metros cúbicos de lama.

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No município de Barra Longa, foram recolhidos 170 mil metros cúbicos. Além disso, está em curso uma dragagem na Usina de Candonga. Cerca de 500 mil metros cúbicos já foram retirados e a meta é chegar a 10 milhões. Nos próximos meses também terão início os trabalhos na região de Bento Rodrigues. O objetivo será tirar do local aproximadamente um milhão de metros cúbicos. Não há previsão para a conclusão de todo o trabalho, que deverá levar alguns anos.

Uma vez que já existe compromisso em relação à retirada de 11 milhões de metros cúbicos de rejeito, o plano de manejo que será elaborado nos próximos 45 dias deverá indicar o que fazer com mais 9 milhões que estão depositados entre a Barragem de Fundão e a Usina de Candonga, assim como o restante que escoou pelo Rio Doce até o litoral do Espírito Santo.

Da Agência Brasil

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