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Pesquisadores da USP reforçam hipótese de que Brasil teve “mar interno”

Uma teoria antiga da geologia afirma que, no passado, um mar interno se formou no meio do Brasil. A partir de uma pesquisa recente com anêmonas do mar, a hipótese ganhou novas evidências de ser real.

Uma teoria antiga da geologia afirma que, no passado, um mar interno se formou no meio do Brasil. A partir de uma pesquisa recente com anêmonas do mar, a hipótese ganhou novas evidências de ser real.

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O estudo de um grupo de zoólogos da USP buscava identificar quando ocorreu a evolução de duas espécies de anêmonas de tubo, que ocorrem no Oceano Atlântico. De acordo com o Estadão, o resultado do trabalho dos pesquisadores, publicado na revista PLoS ONE, reforça os indícios de que houve um mar interno entre o Caribe, o Uruguai e a Argentina há 9 ou 11 milhões de anos.

A teoria é baseada em evidências geológicas, como por exemplo, a presença de fósseis de moluscos no norte da Argentina. Os defensores da hipótese afirmam que o mar se estendeu ao que hoje é a bacia do Rio Amazonas, nesta época diversas áreas ficaram inundadas. Supostamente, ficaram submersas as regiões do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Acre.

Já os contrários à ideia, dizem que houve sim uma grande inundação, que durou cerca de dois milhões de anos, porém os mares não se conectaram. A nova pesquisa da USP afirma que a espécie de anêmona estudada se encontra em todo o litoral brasileiro e surgiu devido à existência do mar interno.

A pesquisa é liderada pelo zoólogo Sérgio Stampar, estudante de pós-doutorado no Instituto de Biociências da USP. Ele afirma que há 16 milhões de anos havia apenas uma espécie de anêmona de tubo vivendo no Atlântico norte, alguns milhões de anos depois surgiu outra no sul do Uruguai e, posteriormente, apareceram duas no Pacífico.

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Stampar, junto com outros pesquisadores, analisou que a espécie do Pacífico (Isarachnanthus bandanensis) era mais próxima geneticamente da espécie do Atlântico norte (Isarachnanthus maderensis) do que a do Atlântico sul (Isarachnanthus nocturnus).

"A gente imaginava no começo da pesquisa que as duas espécies do Atlântico seriam mais correlacionadas. Quando vimos que isso não era verdade, fortaleceu a ideia de que alguma coisa muito diferente deve ter acontecido para que a nocturnus se formasse", afirma Stampar.

Pelos cálculos de quando as modificações ocorreram, os pesquisadores deduziram que a ruptura aconteceu há oito ou nove milhões de anos e que pode ter existido mesmo o mar interno. Quando o mar cortou a América do Sul, ele carregou indivíduos da primeira espécie até o sul do Uruguai. Porém, ao longo do tempo, este mar interno se fechou e a população remanescente ficou isolada, restrita à região do norte da Argentina, Uruguai e sul do Brasil. Com o passar dos anos, a espécie se diferenciou do norte. Com informações do Estadão.

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Redação CicloVivo