Nova espécie de louva-a-deus é descoberta por brasileiros
Inseto pouco estudado tem 250 variedades já registradas no Brasil.
Inseto pouco estudado tem 250 variedades já registradas no Brasil.
Uma equipe de cientistas brasileiros descobriu uma nova espécie de mantis louva-a-deus na região da Mata Atlântica brasileira. A espécie, nunca antes descrita pela ciência, foi batizada como “Vates Fénix”, em homenagem ao Museu Nacional (UFRJ), onde 13 seres desta espécie foram achados e considerados sobreviventes do incêndio do prédio em 2018.
A descoberta aporta um importante conhecimento sobre esse inseto pouco estudado, que conta com 250 variedades já registradas no Brasil.
A descoberta foi realizada por uma equipe chamada de Projeto Mantis, que conta com o apoio da National Geographic Society e é composta pelos biólogos brasileiros Leonardo Lanna e João Herculano, e o diretor de arte Lucas Fiat.
Ainda que a descoberta tenha sido anunciada recentemente, ela é o resultado de um processo que levou quatro anos. Em 2015, a equipe começou a pesquisar os mantis louva-a-deus. A partir de fotografias de um macho Fénix, o cientista peruano Julio Rivera, um dos maiores especialistas mundiais em mantis louva-a-deus, identificou que contavam com uma espécie desconhecida e os pesquisadores deram início ao trabalho de descrição.
A partir daí, foi elaborado um artigo que detalha as informações sobre a distribuição geográfica, morfologia, identificação e comportamentos da espécie. “É um trabalho minucioso e demorado, que demanda comparação com outros indivíduos do grupo, descrição detalhada dos espécimes, busca de referências na literatura. É preciso um esforço para que, a partir da descrição, outros pesquisadores possam identificar a espécie no futuro”, explicou Rivera.
Em 2017, o Projeto Mantis uniu forças com a National Geographic Society para realizar sua primeira grande expedição de pesquisa. Durante quatro meses, os cientistas viajaram a diversos locais da Mata Atlântica do Rio de Janeiro, em busca de louva-a-deus raros e novos, registrando no caminho tudo o que era encontrado.
No final, além de acharem machos de Vates Phoenix na Reserva Ecológica de Guapiaçu, encontraram algumas espécies nunca antes fotografadas e outras potencialmente novas. Realizaram também uma documentação riquíssima do bioma, com registro de mais de 1.200 espécies de animais e plantas, além das ameaças e belezas dos diferentes ecossistemas de dunas a montanhas.
Em 2018, após uma feliz coincidência, a equipe encontrou a segunda fêmea da espécie que necessitava para concluir a descrição da nova espécie, no mesmo mês e no mesmo lugar onde tinham encontrado a anterior, 83 anos depois. A descrição da espécie finalizou em 2019, detalhando distribuição geográfica, morfologia, identificação e comportamento da espécie.
O Brasil possui atualmente a maior diversidade de mantis louva-a-deus do mundo e ainda muito por descobrir sobre eles. Trabalhando com ciência contemporânea, o Projeto Mantis tem por finalidade a pesquisa, conservação e documentação da Mata Atlântica, divulgando ao público suas descobertas e a riqueza da natureza brasileira, por meio de redes sociais, palestras e outros eventos.
Para conhecer mais sobre o projeto Projeto Mantis, acesse o site e as redes sociais do projeto ( Instagram e Facebook).