Céticos questionam desaceleração do aquecimento global em conferência da ONU

Na última segunda-feira (23), teve início a 6ª edição do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) em Estocolmo, na Suécia. Especialistas da ONU que investigam a evolução do clima no planeta se reúnem com representantes de governos de 195 países, inclusive, daqueles que não acreditam no fenômeno do aquecimento global.

O relatório atribui o aquecimento à queima de combustíveis fósseis por ação humana, com 95% de certeza. Ainda assim, segundo o jornalista Andrei Netto, do Estadão, os céticos em relação às mudanças climáticas traçaram o primeiro dia de debates.

As principais críticas referem-se ao fato do ritmo do aquecimento ser de 0,05 grau por década, desde 1998. O número representa uma redução em relação ao 0,12 grau registrado a partir de 1951.

Essa estimativa não tem ainda uma explicação conclusiva. No entanto, os cientistas apontam a influência de partículas vulcânicas que refletem os raios solares, uma queda da atividade solar ou a absorção do calor pelos oceanos, como algumas das razões.

Além disso, esse fato não afeta as projeções da ONU, que indicam um aumento de 0,89ºC de 1901 a 2012, ou seja, desde o início do século XX, a temperatura está aumentando – tendência que continua no século atual. Por conta disso, os integrantes do painel querem destacar a urgência para adotar medidas para conter o aquecimento, como afirma a publicação internacional RFI.

Ainda de acordo com o Estadão, o coordenador do IPCC, Rajendra Pachauri, afirmou que, a cada ano, as provas científicas das mudanças climáticas deixam mais claro as graves consequências do aquecimento.

O primeiro volume do Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) será divulgado na próxima sexta-feira (27), último dia de reunião, e promete fornecer informações inéditas, técnicas e socioeconômicas sobre a ciência do clima, impactos, tendências e meios para combater os problemas.

Redação CicloVivo