Brasileiros participam de competição mundial para combate ao tráfico de animais
Etapa brasileira da ZOOHACKATHON acontece em novembro e busca soluções para combater o tráfico de animais ao redor do mundo
Etapa brasileira da ZOOHACKATHON acontece em novembro e busca soluções para combater o tráfico de animais ao redor do mundo
Todos os dias diversos animais selvagens são vendidos como mercadorias ou objetos de colecionadores ao redor do mundo. Para combater esta prática ilegal e cruel, foi criada uma competição internacional chamada ZOOHACKTHON, que acontece simultaneamente em diversas regiões do mundo, incluindo países da Europa, Oriente Médio, África e nordeste da Ásia.
O Brasil é o único país da América do Sul que está participando do evento. “Em 48 horas equipes interdisciplinares vão ter acesso a mentorias e ferramentas para propor soluções reais aos problemas de tráfico de animais selvagens”, complementa Lecheta.
A segunda edição do ZOOHACKATHON Brasil, entre os dias 06 e 08 de novembro.
“Maratonas como estas são ótimas oportunidades para desenvolvedores, estudantes universitários, ambientalistas, acadêmicos e ONGs brasileiras contribuírem no desenvolvimento de solução para o combate de tráfico de animais, enquanto desenvolvem habilidades para o mercado de startups e tecnologia”, afirma Paloma Lecheta, diretora do Founder Institute BR/JUPTER, uma das instituições responsáveis pelo evento.
Esta edição, que será 100% online, irá reunir estudantes participantes de todos os estados brasileiros e em qualquer área de atuação, de preferência com conhecimento em desenvolvimento de softwares ou hardwares, design e negócios.
A maratona promove o desenvolvimento de projetos através de um problema inicial e o objetivo é identificar oportunidades para melhorar a eficiência do uso dos recursos disponíveis atualmente. No final, os participantes apresentam suas ideias em um painel de juízes selecionados.
Os vencedores locais receberão prêmios e os regionais vão competir pelo prêmio global, que acontece entre os dias 13 e 15 de novembro.
O tráfico ilegal de animais silvestres é responsável por dizimar diversas espécies de animais, incluindo os ameaçados em extinção, como rinocerontes, tigres, elefantes, pinguins e muitos outros. O Brasil é um dos maiores mercados pra tráfico de animais do mundo.
O comércio de animais silvestres é a terceira atividade ilícita mais lucrativa do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas, movimentando de US$ 10 a US$ 20 bilhões por ano. Mas o desejo de ter um animal de estimação silvestre faz com que, em média, a cada dez espécies traficadas, apenas uma sobreviva. Além disso, segundo o Ibama a sensação de impunidade faz com que os traficantes também falsifiquem anilhas de controle, vendendo, como se fossem lícitas, 80% das espécies à disposição no mercado de criadores.
“Quando falamos em tráfico de vida silvestre, estamos falando também da ameaça que ele representa à segurança nacional de vários países, à prosperidade econômica e ao estado de direito. No entanto, o que torna tão urgente adotarmos medidas de combate e prevenção ao tráfico é o potencial que essa prática criminosa tem de levar espécies inteiras à extinção e de espalhar doenças”, pontua Pablo Valdez, conselheiro de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Saúde da Embaixada dos EUA, em Brasília.
De acordo com dados divulgados pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) estima-se que pelo menos 38 milhões de animais são retirados de seus habitats todos os anos no Brasil e a receita com esta exploração ultrapasse os US$ 2 bilhões.
O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade e é um importante país de origem e consumo de produtos de tráfico de animais silvestres. “ É fundamental perceber que o tráfico de vida silvestre está presente em todas as camadas da sociedade e saber que toda e qualquer prática ilegal de captura e comercialização, por menor que seja, acaba impactando na sobrevivência de espécies e na biodiversidade em suas regiões”, alerta Pablo.
“Acredito que as pessoas podem contribuir conscientizando amigos e parentes sobre o tema. Incentivar interessados em criar espécies silvestres a comprarem de criadores autorizados. E claro, denunciar a venda e criação ilegal às autoridades brasileiras”.
Muitas vezes, o tráfico só é possível por falta de profissionais capacitados para identificar, manusear e realizar apreensões nas rodovias. “As queimadas representam um perigo à biodiversidade porque podem ameaçar espécies endêmicas de flora e fauna. Se pensarmos que animais em fuga ficam mais vulneráveis à captura quando se aproximam das cidades, é sim possível que eles acabem nas mãos de traficantes e se tornem vítimas dessa prática”, alerta Pablo.
Se você ama os animais e quer protegê-los, esta é uma ótima oportunidade de ajudar a fauna brasileira no combate ao tráfico de animais silvestres. As inscrições para o ZOOHACKATHON Brasil são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 05 de novembro pelo site https://zoohackathon.waas.ninja.
Data: 06 a 08 de novembro
Objetivo: Criar soluções criativas e inovadoras no combate ao tráfico de animais
Público-alvo: desenvolvedores, designers, empreendedores, estudantes universitários (de qualquer área de atuação), ambientalistas, zoológicos, acadêmicos e ONGs
Local: evento 100% online (inscrições até 05 de novembro)
Inscrições gratuitas: https://zoohackathon.waas.ninja/