Latinha descartada leva apenas 60 dias para voltar às prateleiras
O material pode ser reciclado infinitamente.
O material pode ser reciclado infinitamente.
O alumínio é um material que pode ser infinitamente reciclado, sem perder suas características. O Brasil detém há mais de dez anos consecutivos o recorde mundial de reciclagem de latas de alumínio, com 97,7% de aproveitamento (2016), ficando à frente até mesmo de países exemplos em reciclagem como o Japão e a Alemanha.
Além de gerar renda por onde passa, um dos maiores benefícios da produção de alumínio secundário, oriundo da reciclagem, é que ele consome apenas 5% da energia elétrica utilizada para produzir o chamado alumínio primário, que é originado a partir do processo de transformação da bauxita e que demanda muita energia. Somente em 2017, o Brasil consumiu mais de um milhão de toneladas de alumínio, sendo que metade desta quantia, foi de sucata recuperada.
A economia de energia na reciclagem do alumínio faz o país economizar cerca de 1% da energia consumida no país – ou 5% da geração anual da Itaipu. Além disso, sua reciclagem diminui o impacto ambiental em sua extração e ainda deixa de emitir 95% dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
As latinhas são as responsáveis pelo maior consumo de alumínio no Brasil – o equivalente a 37% do consumo total. Sua cadeia de reciclagem funciona em ciclo fechado onde uma lata consumida e descartada leva em média sessenta dias para voltar às prateleiras. Em território nacional, esse circuito chega a levar até mesmo 28 dias, o menor índice em todo mundo. “A cadeia de reciclagem de latas está consolidada no país e é um exemplo para os demais setores da nossa indústria”, explica Milton Rego, presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).
O Brasil também possui o maior Centro de Laminação e Reciclagem de Alumínio da América Latina na fábrica da Novelis, em Pindamonhangaba. A fabricante é responsável por 70% da reciclagem de todas as latas consumidas no país. Segundo Daniel Freire, VP de Operações da empresa, o Índice Global do uso de material reciclado pela empresa é de 57% em todos os setores.
De acordo com dados da ABAL, cerca de 250 mil pessoas participam da cadeia de reciclagem da latinha de alumínio no Brasil. Somente na etapa de coleta, R$ 947 milhões foram injetados na economia brasileira desde 2016. Segundo Milton Rego, este resultado demonstra a importância da atividade para a geração de emprego e renda aos catadores de materiais recicláveis. “A união da indústria do alumínio e das cooperativas é que efetivamente impulsionaram o mercado da reciclagem. O maior exemplo disso é que hoje, o preço da sucata de alumínio custa 33 vezes o valor do plástico”, finaliza.
Confira na galeria abaixo o processo industrial da reciclagem da latinha que o CicloVivo foi conhecer a convite da ABAL:
*Mayra Rosa viajou para Pindamonhangaba (SP) e Jacareí (SP) a convite da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Durante a visita conheceu o Centro de Coleta e Recicladora LATASA, a Laminadora e Recicladora Novelis e a fabricante de latas Ball Corporation.