Garrafas de vinho vazias vão valer 10 centavos cada na Califórnia

Na última semana, o governador da Califórnia (EUA), Gavin Newsom, sancionou um projeto de lei que expande o programa de depósito de reciclagem de garrafas do estado para incluir centenas de milhões de garrafas de vinho e bebidas alcoólicas destiladas.

A partir de 1º de janeiro de 2024, os moradores do estado passarão a pagar USD $ 0,10 extras por cada garrafa de vinho ou de destilado e receberão esse dinheiro de volta somente quando retornarem a garrafa vazia a um centro de reciclagem. 

“Lei da Garrafa” 

A Califórnia possui um programa de reciclagem de embalagens de bebidas que funciona desde 1986. Apelidada de “Lei da Garrafa”, ela obriga consumidores a pagarem uma taxa de reciclagem para a compra de garrafas de cerveja, refrigerante, suco e água. Porém, a poderosa indústria vinícola do estado sempre se opôs a participar do programa, ficando de fora da regra.

Para os recipientes menores, é cobrado 5 centavos a mais. Já para as garrafas maiores, são cobrados 10 centavos extras. Os moradores podem receber o valor de volta caso encaminhem as garrafas para centros de reciclagem.

Expansão da economia circular

Com 4.200 vinícolas, cerca de 1,2 bilhão de garrafas de vinho e bebidas alcoólicas são vendidas na Califórnia por ano. Porém, apenas cerca de 30% são destinados à reciclagem. Em comparação, a taxa de reciclagem foi o dobro nos últimos anos para outros tipos de garrafas de vidro que já estão cobertas pelo programa.

De acordo com Mark Murray, da organização Californians Against Waste, mais 360 milhões de garrafas de vinho e cerveja por ano serão recicladas pelo programa depois que a nova lei entrar em vigor.

Esse dinheiro, chamado de “CRV” ou “Valor de Resgate da Califórnia”, vai para um fundo estadual. Quando as pessoas entregam latas e garrafas vazias para centros de reciclagem, elas recebem de volta o valor por recipiente.

Caso eles optem por encaminhar para a reciclagem durante a coleta residencial do município, na calçada de suas casas, o valor do CRV passa a ser encaminhado para a cidade. 

Porém, o Wine Institute ressalta que este método é menos eficiente, já que várias garrafas são misturadas a outros materiais e acabam sendo contaminadas e quebradas, tornando mais difícil ou impossível a sua reciclagem.