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“Construir e aumentar número de pistas não resolve crise do transporte”, afirma diretor do ONU-Habitat

Em Fórum de Sustentabilidade, Elkin Velasquez defende cidades mais compactas e novos modelos de planejamento urbano.

Que tal duas pistas extras na Marginal Tietê? Ou mais um elevado para desafogar o trânsito na região central? Nada disso. Construção não combina com sustentabilidade e mobilidade. A tese é defendida por Elkin Velasquez, diretor do programa ONU-Habitat para América Latina e Caribe. Segundo o especialista, a crise da mobilidade urbana se resolve com cidades compactas, integradas, planificadas e inclusivas.

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“As pessoas moram longe do trabalho. Perdem um bom tempo em longos deslocamentos, que chegam a 30 quilômetros. Temos que descentralizar as áreas comerciais e industriais, para que as viagens fiquem mais curtas”, explicou Velasquez na palestra que concedeu na última terça-feira (19/11) durante o Fórum de Sustentabilidade da Exame.

A ideia é integrar toda a cidade, estimular a criação de empregos em zonas de alta densidade e buscar o equilíbrio entre moradia e serviço – o que diretor do ONU-Habitat classificou como “zoneamento para bairro de uso misto”. “A economia local ganha fôlego”, disse Velasquez. “Os moradores não precisam se deslocar, nem depender muito do transporte público para encontrar tudo o que querem”, defende.

Ruas adaptadas para pedestres

O diretor conclui que as cidades integradas devem ainda investir em ruas mais largas, capazes de aumentar o fluxo dos carros, além de desenvolver bairros que estimulem a caminhada. “As cidades constroem ruas quase para serem ocupadas por carros. Temos que encurtar os cruzamentos e expandir a calçada, para aumentar a segurança do pedestre,” concluiu.

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