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Empresário cria parafina ecológica para surf

A parafina derivada do petróleo descarta resíduos altamente tóxicos, assim como suas sobras.

Já passou a hora da indústria do surf se conscientizar e começar a utilizar produtos que não agridam ou causem impactos ao meio ambiente. Um empresário fez a sua parte criando uma parafina ecológica, que é produzida com matéria-prima, energia, água e insumos que minimizam os impactos ambientais nos processos de fabricação.

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A parafina ecológica gera menor quantidade de resíduos nas formulações e envolve uma grande proporção de produtos naturais em sua composição, propiciando a degradação muito mais rápida do que os derivados de petróleo utilizados normalmente.

Já as parafinas de petróleo são de origem fóssil e não renováveis e acabam por gerar poluição e afetar o ecossistema marinho. Atualmente, alternativas mais inteligentes são buscadas continuamente para desenvolver processos e produtos ambientalmente mais adequados e as ceras de origem animal ou vegetal, por exemplo, se degradam mais facilmente em comparação às petroquímicas.

Foto: Divulgação
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Porque devemos usar a cera ecológica?

Na opinião do surfista e microempresário, Alexandre Bruno, idealizador da parafina ecológica e proprietário da empresa Parafinaria, por incrível que pareça, ainda existe resistência dos surfistas em usar o produto, talvez por falta de conhecimento sobre as diversas vantagens que possui. “Por isso a importância de divulgar a bio-parafina, já que utiliza matéria prima natural, com decomposição muito mais rápida do que a tradicional, que além de não ser renovável, possui agentes tóxicos em seus componentes”, afirma.

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Diferenças e vantagens da cera ecológica

A principal diferença e vantagem do uso do produto está relacionada à fórmula das parafinas. A parafina derivada do petróleo descarta resíduos altamente tóxicos, assim como suas sobras. Já no caso da parafina ecológica, todos os ingredientes usados para sua produção são naturais e não causam danos à natureza. Se a descartarmos no meio ambiente e nas praias, será rapidamente absorvida.

As ceras para pranchas de surf e de outros esportes aquáticos são utilizadas para aumentar o equilíbrio e melhorar a performance dos atletas. Pensando nisso, a Parafinaria em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), desenvolveram cinco formulações de cera base, direcionadas para o uso em pranchas de stand-up paddle e nas chamadas top coats, para uso em águas de temperaturas fria, morna e quente.

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Segundo estudos IPT, as formulações envolvem grandes proporções de produtos naturais, entre eles, a cera de abelha e a resina vegetal de colofônia. Foram feitos testes com a cera de referência, que é importada, e também com as desenvolvidas pelo próprio laboratório, usando parâmetros de varredura das temperaturas de fusão para chegar nas proporções ideais dos componentes.

Foto: Divulgação
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Cera ecológica foi testada e aprovada pelo IPT

Durante o processo de experimentação do produto, foi usada uma prancha para os ensaios empíricos, onde aplicavam a cera importada e as formulações próprias para avaliar a aderência e a formação das placas, as chamadas bumps. Além disso, realizaram ensaios de dureza de comparação do produto importado e aqueles do laboratório. As formulações que apresentavam melhor desempenho nos testes foram as o testadas em campo, ou seja, na praia, por Bruno.

O IPT aprovou a patente para a produção da cera ecológica pela empresa de Bruno e os produtos já estão disponíveis aos consumidores, inicialmente para o mercado interno. “Pelo fato das ceras serem um produto de baixo valor agregado, não teria sido possível desenvolver as fórmulas sem o apoio de uma instituição como o IPT. “Nosso interesse sempre foi desenvolver um produto ecológico, mas não adiantaria se ele não tivesse qualidade e nem ajudasse no desempenho do atleta”, completa Bruno.

Mercado promissor

Vale lembrar que o uso de parafina no surfe é apenas um nicho dentro das várias aplicações da parafina comum, utilizada, por exemplo, em velas. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Velas (Abrafave), mais de 700 fábricas estão no mercado, mas menos de 10% dos produtos são ecológicos. Além do aspecto ambiental, a produção de velas e outros itens à base de ceras vegetais derivadas de girassol, soja e arroz envolvem questões de economia financeira.