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Calendário 2023 homenageia mulheres e línguas indígenas

Calendário com imagens de 12 lideranças femininas dos povos indígenas brasileiros pode ser baixado gratuitamente

Published 31/01/2023
mulheres indígenas

Imagem: Reprodução | Amazônia Real

O ano de 2023 começou com uma imagem emblemática para a luta dos povos indígenas. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tomou posse ao lado de uma das maiores lideranças indígenas do mundo, o cacique Raoni Metuktire, e de um grupo de pessoas que representam a diversidade e força do povo brasileiro.

Infelizmente, janeiro de 2023 também revelou para o Brasil e para o mundo a tragédia humanitária envolvendo os Yanomami. Está cada vez mais clara e evidente a necessidade de abraçar a luta dos povos indígenas do Brasil, pelas suas terras, pelos seus direitos e pela sua sobrevivência.

Foto: Ricardo Stuckert | PR | Fotos Públicas

E, para marcar o início deste ano, um calendário vem justamente homenagear e reforçar a presença dos povos indígenas: lançado pela agência de jornalismo Amazônia Real, o Calendário 2023 faz uma justa e necessária homenagem às mulheres indígenas de diversas etnias brasileiras e à Década Internacional das Línguas Indígenas, que começou no ano passado e seguirá até 2032, como declarou a Unesco.

O objetivo é garantir a presença destas mulheres e dos povos indígenas no dia a dia de quem imprimir e usar o calendário para organizar sua rotina. Convidar as mulheres indígenas para compor com suas vestimentas, colares e cocares as ilustrações do calendário foi uma ideia da coordenadora do projeto, a jornalista Kátia Brasil. O trabalho contou com ilustrações de Pablito baseadas nas fotografias de Marizilda Cruppe e participação na pesquisa da jornalista Maria Fernanda Ribeiro.

Imagem: Reprodução | Amazônia Real

“Quando observei mais detidamente o olhar de cada uma dessas mulheres e a força que elas trazem em sua própria imagem, decidi na hora: são elas as homenageadas. É incrível como elas valorizam suas culturas, modos de vida e como são bonitas e poderosas. Nós precisamos visibilizar essas pessoas para que seus povos sejam reconhecidos e respeitados no Brasil”, disse a jornalista.

O calendário pode ser baixado em dois formatos: em PDF para imprimir ou em JPG para postar nas redes sociais. 

As 12 mulheres ilustradas no calendário – entre elas, Vanda Witoto e Sâmela Sateré Mawé (ambas do Amazonas); Alawero Mehinako (Mato Grosso); Wakrewá Krenak e sua bebê Yãnin (MG); Sonia Barbosa Guarani (São Paulo); e Alessandra Munduruku (Pará) – fazem parte da série especial da agência Amazônia Real “A Força Delas – Ancestralidade, Territórios e o Feminino”.

Fotos: Amazônia Real | A Força Delas

O especial foi produzido pela fotógrafa Marizilda Cruppe e pelas jornalistas Maria Fernanda Ribeiro e Jullie Pereira. Elas foram fotografadas durante a 2ª Marcha das Mulheres Indígenas, que aconteceu em Brasília de 7 a 11 de setembro de 2021 e reuniu 5 mil pessoas, de 172 povos de todos os Estados do Brasil.

Veja quem são as mulheres indígenas convidadas para o calendário 2023

Imagem: Reprodução | Amazônia Real

Homenagem, reconhecimento e resistência

As homenagens às mulheres retratadas no calendário fazem parte das atividades do 10º aniversário da agência Amazônia Real, que será comemorado no dia 20 de outubro.

Como afirma a antropóloga e linguista Ana Clara Bruno, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), no Brasil, atualmente, são faladas entre 160 e 180 línguas indígenas de diversas famílias linguísticas, e em diferentes estágios e situações de vitalidade. “Não temos um retrato da situação sociolinguística das diversas etnias do nosso país”, diz ela.

“Mais do que uma comemoração [a década internacional da Unesco], é um alerta para visibilizar a diversidade linguística do mundo, mas também para que atentemos para a fragilidade destas línguas; aliás, das condições de vida e existência de seus falantes. Sobretudo num contexto onde seus territórios não são respeitados e estão ameaçados: a diversidade cultural e linguística não são respeitadas e os agentes sociais falantes destas línguas são estigmatizados”, alerta Ana Clara.

Com informações de Amazônia Real

Imagem: Reprodução | Amazônia Real

 

 

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