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Vereador defende fim de combustíveis fósseis no transporte público de SP

A adoção de combustíveis limpos na frota paulistana de ônibus pode evitar 12,7 mil mortes nos próximos 33 anos.

Em 2017, o “Overshoot Day”, que determina quando a demanda anual da humanidade por recursos excede o que o planeta Terra é capaz de regenerar naquele ano, foi alcançado 37 dias antes que 2016, batendo o recorde desta data desde que o mundo estourou seu orçamento ambiental pela primeira vez, no início da década de 1970.

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A explicação foi feita ao presentes no 13º Salão Latino-Americano de Veículos Híbrido-Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias pelo vereador Caio Miranda Carneiro (PSB), que palestrou no evento durante a manhã da última sexta-feira (22), ao lado do diretor da Sistran, Jaime Waisman, do Coordenador do ILATS (Iniciativa Latinoamericana pelo Transporte sustentável), Luiz Cortez, e do seu colega de Câmara Gilberto Natalini (PV).

Ao levar esta reflexão aos presentes, Caio Miranda deu como exemplo a cidade de São Paulo, que passa por graves problemas ambientais e que afetam a vida de todos os moradores da cidade. “Um estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade mostra que os poluentes atmosféricos no estado São Paulo causaram mais de onze mil mortes precoces só em 2015. Um número bem maior do que o causado pelo trânsito, que chegou a cerca de sete mil de acidentados fatalmente no mesmo ano. Para termos uma ideia, essa pesquisa mostrou também que permanecer duas horas no trânsito da capital equivale a fumar um cigarro por dia. Isso afeta todas as pessoas, de crianças a idosos, grávidas, lactantes, trabalhadores e trabalhadoras. Ou seja, poluição do ar é um dos maiores vilões dos paulistanos”, explicou.
Para o vereador, somente a adoção de combustíveis limpos na frota paulistana de ônibus pode evitar 12,7 mil mortes nos próximos 33 anos. “Nesse período, a poluição atmosférica terá um custo aproximado de R$.54 bilhões se nada for feito para diminuí-la”, alerta. Umas das ideias do parlamentar é implantar a Agenda 2030 da ONU na cidade que, entre outros temas, prevê a redução em 43% da emissão de gases poluentes no Brasil em 13 anos. “Para batermos essa meta, São Paulo, uma cidade referência para o resto do País, precisa estar a frente desse desafio”, avalia Miranda.
Caio Miranda também propôs um substitutivo ao PL 300, de autoria do vereador Milton Leite (DEM), presidente da Câmara de São Paulo. O projeto privilegia a mistura de 20% de biodiesel ao diesel comum nos primeiros anos de substituição e propõe mudança dos motores até 2037. Pelo novo texto apresentado por Caio, entre 2018 e 2019, 20% dos ônibus do sistema público devem ser movidos por tecnologia alternativa ao óleo diesel.
A partir de 2020, este percentual aumenta anualmente em 10% até que, em 2027, todos os coletivos da cidade não dependam de combustível fóssil. “Entendemos que as novas diretrizes do transporte público devem ser amplamente discutidas e esse substitutivo vem para tentar abranger outras fontes energéticas de baixa emissão de poluentes, a exemplo do que já ocorre em outras metrópoles pelo mundo, trazendo mais qualidade de vida aos moradores de  São Paulo no caminho de uma cidade sustentável”, finaliza.