Itaú quer integrar bicicleta com transporte coletivo nas periferias até o fim do ano
As novidades implementadas são usados nas maiores cidades do mundo, como Chicago, Guadalajara, Londres e Toronto.
As novidades implementadas são usados nas maiores cidades do mundo, como Chicago, Guadalajara, Londres e Toronto.
O sistema de compartilhamento de bikes patrocinado pelo Itaú está prestes a mudar. Na última quinta-feira (8), o CicloVivo acompanhou o novo modelo a ser implantado em cinco estados brasileiros que, entre outras inovações, pode facilitar o uso deste modal para os moradores de regiões periféricas.
Bicicletas com sistema anti furto, estações de bike abastecidas por painéis solares e encontrar rota para um destino com informações de distância e elevação por meio do aplicativo. Estas são apenas algumas das mudanças prometidas. Para se ter ideia, a tecnologia e os equipamentos que serão implementados hoje são usados nas maiores cidades do mundo, como Chicago, Guadalajara, Londres, Montreal e Toronto.
As ideias serão executadas pela tembici., que em maio adquiriu a Samba Transportes (antiga operadora do sistema), em parceria com a fornecedora canadense PBSC Urban Solutions – atualmente possui mais de 50 mil bicicletas em três continentes.
Uma mudança interessante proposta pelo Itaú refere-se a uma antiga queixa dos ciclistas brasileiros: como levar o sistema de compartilhamentos de bicicletas para as periferias? Hoje a maior parte das estações estão concentradas em bairros nobres e regiões centrais – e isso não deve mudar.
“O que percebemos na periferia é que o comportamento de uso é diferente. A necessidade maior destes moradores é ter um meio para chegar até em casa após o uso do transporte coletivo, ou seja, seguindo as regras atuais do sistema não há como atender esse público”, afirma Luciana Nicola, Superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú Unibanco.
Citando o caso do México, onde a maior parte do sistema de compartilhamento de bicicleta está concentrado na região central apesar de 70% dos usuários morarem em áreas mais afastadas, Tomás Martins, CEO da tembici, explica que a instituição está estudando soluções para facilitar este uso, sem deixar bicicleta parada.
“O que estamos começando a propor nos municípios é fazer um projeto que, onde tenha grandes terminais, a gente faça bicicletários grandes onde a pessoa possa guardar a própria bicicleta”, afirma. O grupo está estudando a possibilidade com o poder público. “Este é um case que trouxemos da SuperVia [empresa que opera os trens no Rio de Janeiro], onde recebemos milhares de bicicleta todos os dias”, continua Martins.
As linhas terminais são pontos-chaves para moradores de regiões periféricas e a proposta é que ali possam ser guardadas as bicicletas ou, até melhor, pegar emprestado os veículos do sistema. A ideia ainda é flexibilizar o uso, permitindo que o usuário fique com a bicicleta emprestada por até 12 horas. De forma que a pessoa poderá levar a bicicleta para casa, devolvendo no dia seguinte.
“Falamos muito da primeira perna do deslocamento e última perna do deslocamento. Não adianta espalhar o sistema até o fim da Zona Sul de São Paulo, pois haverá pouca densidade, não será útil para população. O usuário não pegará a bike na periferia para pedalar até o centro, ele precisa de um meio até o ponto de grande fluxo (terminal de ônibus, metrô ou trem), acessar a linha e depois buscar uma ‘perna’ final no centro”, explica o CEO. Mesmo sem previsão, uma vez que depende das gestões públicas, a ideia é lançar este projeto em parceria com as demais novidades – previsto para o fim deste ano.
Confira abaixo todas as mudanças prometidas para o novo sistema:
Nas bicicletas:
– Design mais moderno e exclusivo para compartilhamento, sendo mais leves, ergonômicas e robustas
– Cesto adaptável para o tamanho da bagagem de mão do ciclista, sem acumular água ou sujeira
– Pneus com lados reflexivos e em aro 24 proporcionam uma pedalada mais dinâmica, segura e confortável. Possui tecnologia antifurto, exclusivo no Brasil
– Cobre-correntes que protege a roupa do ciclista
– Banco confortável e canote do selim com marcas para ajuste de altura
– Sistema de freios ‘Rollerbrake”, que garante freadas mais seguras
– Configuração de marchas para três velocidades
– Refletores frontais e traseiros com sistema de iluminação “Dynamo” com 10 mil horas de vida útil e que permanece aceso por até 90 segundos, dando mais segurança para quando o ciclista aguarda no semáforo
– Dispositivo de trava com sistema anti furto
Nas estações:
– Layout exclusivo que não gera poluição visual, foram concebidas para operar de forma ágil, inteligente e simples
– Abastecimento por painéis solares que garantem a autossuficiência energética (preparadas para eventual uso de bicicletas elétricas futuramente)
– Solução modular para as bicicletas, sendo possível adicionar ou remover docks conforme a necessidade. Sem necessidade de fixação ao solo
– Média de 20 vagas por estação
– Quiosque com interface de pagamento digital, de forma mais didática e de fácil utilização, com comunicação sem fio que agiliza o processamento de pagamentos e a transmissão de dados
No aplicativo:
– Permite o ciclista planejar o passeio, pagar e desbloquear a bicicleta com o código gerado pelo aplicativo
– Encontrar estações próximas manualmente ou usando GPS do dispositivo
– Encontrar bicicletas disponíveis por pontos de devolução livres
– Marcar as estações favoritas
– Encontrar rota para um destino com informações de distância e elevação
– Registrar as viagens com o GPS
Os ajustes chegam ao Brasil após o bike sharing da empresa completar seis anos e a marca de 20 milhões de viagens. Se tudo der certo, a partir do segundo semestre deste ano, o sistema estará disponível nas cidades de Recife, Olinda, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Mayra Rosa – Redação CicloVivo