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Casa popular sustentável reduz gastos na construção e manutenção

Iniciativas sustentáveis reduzem o impacto ambiental das construções e ajudam moradores a economizarem com despesas mensais em casas populares

casas populares sustentáveis
Foto: Divulgação | Alphaz

Apesar da grande ascensão dos empreendimentos imobiliários, o déficit habitacional no Brasil ainda é um grande problema, principalmente se considerarmos as famílias de baixa renda.

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De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o déficit de moradia no Brasil alcançou a marca de 7,78 milhões de unidades habitacionais, considerando dados de 2017.

O estudo ainda aponta que no período de dez anos, entre 2007 e 2017, a escassez habitacional cresceu 7%, registrando um novo recorde. Estima-se que 90% do déficit habitacional no país seja quantitativo, ou seja, moradias em falta por motivos como habitação precária, coabitação familiar, muitas pessoas por metro quadrado ou alto custo de aluguel.

Desafio e soluções

Foto: Divulgação | Alphaz

Em tempos de altos índices de desemprego, que foi agravado pela pandemia, este cenário torna-se ainda mais negativo, pois milhares de famílias estão sem condições de manter gastos básicos, como o aluguel ou a prestação da casa, e se viram obrigadas a optar por “soluções” precárias de habitação, muitas vezes sem acesso a água potável, sistema de esgoto e energia elétrica regular.

Iniciativas governamentais direcionadas para reverter o déficit habitacional, ainda estão longe de solucionar o problema por completo, pois o volume de habitações disponíveis ainda é menor que a demanda, e não ameniza os gastos com despesas essenciais dos imóveis como água e luz.

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Em contrapartida, um maior incentivo à construção de habitações sustentáveis para o público de baixa renda poderia reduzir o número de famílias sem residência, ampliar o acesso ao saneamento básico e reduzir taxas de inadimplência de projetos habitacionais, que gira em torno de 25% na faixa 1 do programa “Minha Casa, Minha Vida”, direcionada para famílias com renda até R$ 1.800,00, segundo informações da Caixa Econômica Federal.

Isso porque, esse modelo de construção é mais econômico, capaz de reduzir o preço do imóvel, o que, consequentemente, diminui o valor das parcelas de um financiamento, por exemplo.  Assim, as famílias desfrutam melhor de seus rendimentos e têm maior facilidade de manter as contas em dia.

Foto: Divulgação | Alphaz

Existem diversos fatores que favorecem uma habitação popular sustentável, mas um dos pontos principais, além do fator ecológico e benefício para o meio ambiente, é a economia de recursos financeiros durante a construção e após a entrega das chaves ao morador.

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Ainda na concepção do imóvel, o gasto com o material de construção está entre os mais altos do projeto e, em algumas regiões do país, pode representar até 73% de todo o orçamento, de acordo com estudo da FGV.

“Em uma construção sustentável, é preciso optar por materiais que seguem a mesma linha, como a madeira de demolição e demais itens produzidos a partir do reaproveitamento. A utilização desses materiais geram uma economia de 30% a 40% nos custos da obra”, explica Luigi Scianni Romano, sócio-fundador da Alphaz, incorporadora que aplica de soluções sustentáveis em seus projetos.

Gastando menos com materiais sustentáveis, o custo da habitação também é reduzido e se torna mais viável para famílias de baixa renda, comprometendo um valor menor de seus rendimentos mensais. “Para nossos empreendimentos, mantemos parceria com a Alpha Ambiental, empresa que produz e fornece insumos como areia, brita, pedrisco a partir da reciclagem de entulhos urbanos, demolições e resíduos de obras”, comenta Romano.

A incorporadora também utiliza outra matéria-prima muito importante para baratear e tornar ainda mais sustentáveis suas obras, trata-se do  tijolo ecológico. Um produto com tecnologia sustentável que reduz em 90% o consumo de água na sua produção, pois utiliza barro e cimento em sua composição e não precisa ser cozido, dispensando sua queima em fornos a lenha ou carvão.

Ele também funciona através de encaixe e reduz drasticamente a utilização de argamassa no canteiro, tornando possível diminuir insumos naturais como água, pedras e areia. É de fácil aplicação e permite uma versatilidade enorme com as instalações prediais, facilitando a mão de obra e economizando tempo de construção, o que, consequentemente, reflete em redução nos custos finais do imóvel.

Despesas mensais

A ideia de gerar economia para favorecer a construção de casas populares e reduzir o déficit habitacional em nosso país precisa ir além. Afinal, depois de pronta, os moradores terão gastos fixos, como as contas de água e luz.

Uma das soluções ecológicas é o aproveitamento de energia solar para abastecer a residências, como o sistema fotovoltaico, responsável por transformar os raios solares em energia elétrica.

Exemplo de biodigestor | Foto: Monique Almeida

“Diferentemente de placas fototérmicas comuns, que apenas armazenam o calor da luz solar para aquecer um chuveiro, por exemplo, a energia gerada por esse tipo de equipamento pode ser utilizada em qualquer equipamento doméstico, gerando uma redução na conta, que pode variar entre 50% e 95%”, destaca Romano.

Mais um item comumente encontrado em construções sustentáveis e que é acessível em habitações populares é o biodigestor de esgoto. “Esse tipo de equipamento transforma toda a matéria orgânica do esgoto da residência em um tipo de biogás, mais uma fonte de energia que pode ser utilizada na própria casa substituindo a eletricidade ou o gás natural”, completa Luigi.

Água e energia

O especialista ainda esclarece que com sistema biodigestor a água do esgoto também é tratada por um filtro biológico e, depois disso, fica pronta para o reuso em descargas e ou para lavar o quintal, gerando economia na conta de água da família.

E os benefícios para os proprietários de imóveis sustentáveis, mesmo que sejam populares, também estão relacionados a valorização da propriedade, que aumenta em até 30% após sua finalização, de acordo com a Green Building Council (GBC), organização que direciona o mercado da construção civil em prol da sustentabilidade.