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Foto: iStock

A FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula os alimentos nos EUA, anunciou nesta semana que planeja iniciar testes para avaliar a presença de resíduos de glifosato em alimentos. A medida foi aplicada após diversas organizações, inclusive a Organização Mundial de Saúde (OMS), ter associado o herbicida a doenças como o câncer.

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Este assunto tem sido tema de debate em diversos lugares do mundo. Enquanto os órgãos oficiais norte-americanos não se responsabilizavam pelos testes, a própria sociedade civil, acadêmicos e empresas privadas começaram a fazer análises de alimentos. As avaliações demonstraram que o resíduo agrícola estava presente em diversos alimentos manufaturados, como farinha, molho de soja, cereais, mel, entre outros. Até mesmo no leite materno foram identificados traços de glifosato.

A situação pressionou a FDA, que anunciou a intenção de medir o glifosato em alguma das principais matérias-primas alimentares: soja, milho, leite e ovos, entre outros alimentos potenciais. Os dois primeiros grãos estão entre os que mais recebem glifosato durante a sua produção, além de serem comercializados em grande quantidade na variedade geneticamente modificada.

Os testes para resíduos de centenas de pesticidas agrícolas já são rotineiramente feitos pela FDA. No entanto, o glifosato estava fora desta lista, sob a justificativa de que os testes eram muito caros e desnecessários para garantir a saúde da população. Após tanta pressão, no entanto, o órgão informou que conseguiu desenvolver métodos mais simples e baratos para as análises.

Durante décadas o glifosato foi usado apenas em um herbicida específico, patenteado pela Monsanto. No entanto, hoje ele está presente em centenas de pesticidas usados para diferentes propósitos em todo o mundo. Até mesmo as culturas não-geneticamente-modificadas recebem pulverizadas de glifosato, como acontece com o trigo, com o intuito de secá-lo antes da colheita.

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Nos EUA, o uso do glifosato cresceu 20 vezes entre 1995 e 2014. Não foi diferente no resto do mundo. Em 1995 a média global era de 111,6 libras gastas com o herbicida. Vinte anos depois, de acordo com a revista científica “Ciência Ambiental Europeia”, o mundo já gastava 1,65 bilhões de libras com o pesticida.

Redação CicloVivo

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