Noruega proíbe criação de Bulldog Inglês e Cavalier Spaniel
O país proibiu a criação das raças de cães devido ao sofrimento que vivenciam por terem o crânio pequeno, ou o focinho muito achatado.
O país proibiu a criação das raças de cães devido ao sofrimento que vivenciam por terem o crânio pequeno, ou o focinho muito achatado.
A Noruega proibiu a criação de duas raças de cães devido ao sofrimento que vivenciam por terem o crânio pequeno, ou o focinho muito achatado. A decisão inédita e histórica proíbe a criação do Bulldog Inglês e do Cavalier King Charles Spaniel, duas raças icônicas de cães originárias da Grã-Bretanha, com características consideradas por muitos, atraentes.
A decisão dos juízes foi de que a prática de sua criação é cruel e resulta em “problemas de saúde causados pelo homem” para os animais. “Muitas raças reprodutoras são muito endogâmicas e carregam muitas doenças. Temos que mudar a maneira como criamos os cães. A forma como fazemos isso talvez fosse aceitável há 50 anos, mas não agora”, disse Åshild Roaldset, presidente da Sociedade Protetora dos Animais da Noruega, em entrevista à AFP.
Luisa Mell, ativista das causas animais
O buldogue, também conhecido como Bulldog Inglês ou Bulldog Britânico, é uma raça de cães de tamanho médio. É um cão musculoso e robusto com um rosto enrugado e um nariz achatado. Cães da raça acumulam dificuldades respiratórias, por causa de seu focinho achatado, além de problemas dermatológicos, reprodutivos e ortopédicos.
A doença também pode piorar com o tempo, com os Bulldogs sofrendo muitas vezes de problemas de digestão, problemas nos ouvidos e olhos, pneumonia, problemas de nascimento, obesidade e problemas na coluna vertebral.
A maioria dos cães desta raça nascidos na Noruega na última década foi fruto de cesárea. “A incapacidade genética da raça para parir naturalmente é uma das razões pelas quais o buldogue não pode mais ser usado para reprodução”, consideraram os juízes do tribunal.
Considerada uma raça bastante popular de porte pequeno, os cães da raça Cavalier King Charles Spaniel, por terem crânios muito pequenos, são propensos a sofrerem de fortes dores de cabeça, insuficiência cardíaca e de problemas nos olhos e nas articulações.
Segundo a organização The Blue Cross, a popularidade dos cães de focinho chato cresceu 2.747% nos últimos anos. No entanto, um estudo do Royal Veterinary College no ano passado descobriu que 58% dos donos de cães de focinho curto não eram capazes de reconhecer os sinais de que seu animal estava com dificuldade para respirar.
É preciso ter em mente que ao comprar um animal, você está incentivando o comércio de seres vivos, e grande parte deste comércio envolve sofrimento. Animais não são mercadorias, mas seres capazes de sentimento, que têm necessidades de amar e de serem amados.
Ao adotar um animal, você valoriza a vida e ainda ajuda a reduzir o número de cães e gatos abandonados. Geralmente tudo o que eles precisam é de um bom lar para serem felizes de verdade. Se você pode mudar o destino de um animal carente, por que não fazer isso?
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