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Mata Atlântica do Oeste Paulista vai ganhar mais 1 milhão de árvores

Em dois anos, o total de árvores nativas plantadas na região do Pontal do Paranapanema vai ultrapassar 4 milhões

reflorestamento
Mata Atlântica Foto: Heris Rocha

O Instituto de Pesquisas Ecológicas, organização socioambiental que atua há mais de 28 anos pela conservação da biodiversidade, vai plantar mais 1 milhão de novas árvores na Mata Atlântica do Oeste Paulista, uma área de  500 hectares.

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O plantio vai ser possível graças ao prêmio recebido pelo pesquisador Laury Cullen Junior, o Whitley Continuation Funding 2020. O prêmio, destinado a 13 conservacionistas do mundo todo pela inglesa Whitley Fund for Nature (WFN), tem como objetivo garantir escala a projetos já apoiados uma vez pela organização.

Laury já recebeu o Whitley Awards em 2002, considerado o Oscar da Conservação da Biodiversidade, e agora dará ainda mais impulso ao projeto Corredores para a Vida, para a conservação da Mata Atlântica.

“Este é mais um grande passo importante na missão de reconectar a floresta do Pontal do Paranapanema. Temos trabalhado nisso ao longo de mais de 25 anos e, com certeza, daremos um grande salto graças ao fundo do Whitley. É um prêmio para nós, do IPÊ, mas acima de tudo, para a Mata Atlântica”, comemora o pesquisador. 

Laury é engenheiro florestal e dedica sua profissão a restaurar uma das áreas mais fragmentadas da Mata Atlântica do Brasil, o Pontal do Paranapanema (SP).

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O pesquisador coordena o projeto que busca reconectar as florestas fragmentadas na região por meio de corredores verdes. São mais de duas décadas de trabalho, e com grandes resultados, como a formação do maior corredor já reflorestado no Brasil, que liga as duas principais Unidades de Conservação da Mata Atlântica de interior: o Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD) e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (ESEC MLP), no Oeste Paulista.

Só neste corredor, são 1.200 hectares de floresta nativa recuperada e 2,4 milhões de árvores plantadas dentro da fazenda Rosanela, em Teodoro Sampaio (SP). 

O plantio de corredores nasceu da necessidade de conservar espécies raras e endêmicas (que só existem naquela região) como o mico-leão-preto, e que vivem no que restou da Mata Atlântica local. Com a fragmentação e o isolamento nas pequenas florestas, as espécies correm alto risco. Daí a urgência em conectar esses fragmentos. 

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As árvores que serão plantadas farão parte de novos corredores, desta vez ao norte do PEMD. Ao todo, estima-se que em dois anos, os corredores somem mais de 4 milhões de árvores nativas na Mata Atlântica.

Mata Atlântica. Foto: Pixabay

Bom para a biodiversidade e para a economia

Entre os benefícios gerados pela restauração de 500 hectares de floresta estão: a compensação de 43.000 toneladas de carbono; o apoio à conservação de espécies ameaçadas de extinção como o mico-leão-preto e a anta brasileira; e a oportunidades de trabalho em restauração para comunidades locais. 

“A restauração no Oeste Paulista é o caminho mais interessante para o desenvolvimento e a economia local. O déficit florestal na região é de quase 60 mil de hectares. Nossa meta é restaurar 5 mil hectares em cinco anos.”

Laury Cullen Junior

“Existe a necessidade florestal, mas ela é também uma saída econômica e social de grande relevância. Com o reflorestamento, é possível movimentar US$10 milhões na economia da região, US$1,2 milhão em viveiros comunitários e US$25 mil em produtos agroflorestais de pequenos produtores rurais, até 2025. É algo promissor, que beneficia empresas, setores governamentais, a biodiversidade e, claro, a sociedade”, afirma o pesquisador. 

Os corredores de Mata Atlântica são resultado de um longo estudo estratégico para plantios de floresta em áreas relevantes à fauna e à flora daquela região. Além disso, é fruto de muitas parcerias entre todos os setores: governamental, privado e não governamental.

Ao longo dos anos, diversos parceiros fizeram parte e ainda continuam apoiando a sua realização como Natura, BNDES, Petrobras, Funbio, Whitley Fund for Nature, Durrell Wildlife Conservation Fund, CTG Brasil, CESP, Parque Estadual Morro do Diabo, Prefeitura Municipal de Teodoro Sampaio, Ministério Público Estadual, Saving Species Fund, ECOSIA e WeForest.