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Governo surpreende com edital para monitoramento do desmatamento

O mais estranho é que a informação mal foi divulgada e o prazo termina nesta quinta-feira (4).

No último dia 20, o Ministério do Meio Ambiente abriu um edital para empresas interessadas em realizar o monitoramento do desmatamento da Amazônia. Contratando pelo valor de 78 milhões por ano, o escolhido deve substituir o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) – que já realiza a detecção via satélite deste 1988. O mais estranho é que a informação mal foi divulgada e o prazo termina nesta quinta-feira (4).

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O edital não menciona os satélites que atualmente monitoram a Amazônia e não faz nenhuma referência ao trabalho que o INPE vem desempenhando há décadas. Além disso, no último dia 21 de abril, foi demitida a Dra. Thelma Krugg que, além de vice-presidente do Painel sobre Mudança do Clima (IPCC), era diretora de Políticas de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, ou seja, sempre esteve ligada ao INPE.

A notícia vem causando alvoroço entre acadêmicos e estudiosos do clima. A revista científica Science Mag publicou um artigo destacando que “em movimento controverso, o Brasil pode terceirizar o monitoramento do desmatamento da Amazônia”.

Segundo o repórter Claudio Angelo, de Brasília, no centro da controvérsia está uma aceleração do desmatamento na Amazônia. “Taxas caíram a maior parte do tempo entre 2005 e 2012, em seguida, inverteu tendências e subiu nos últimos dois anos. Um aumento de 29% em 2016, para quase oito mil quilômetros quadrados, surpreendeu as autoridades e comprometeu o compromisso legal do Brasil de alcançar uma redução de 80% em relação aos níveis históricos (até 3.900 quilômetros quadrados) até 2020”, afirmou o jornalista em artigo no Climate Change News.

Já o Ministério do Meio Ambiente garante que a busca é por um sistema de monitoramento que seja mais eficiente. “Sobre as demandas relacionadas à detecção de antropizações em todos os biomas brasileiros, em especial na Amazônia Legal, faz-se necessária a complementação dos sistemas brasileiros atualmente disponíveis. Tais medidas visam registrar os ocorridos em campo com mais precisão, além de aumentar a eficiência e segurança das equipes em campo”, afirmou o Ministério em nota.

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A tecnologia que se busca agora é integrar imagens de um radar europeu, segundo Marcelo Cruz e Edson Sano, chefe do Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama.

Redação CicloVivo

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